São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001

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ADMINISTRAÇÃO

Segundo presidente da SPTrans, serão consumidos R$ 230 mi, não R$ 146 mi, como havia informado Pitta

Custo do Fura-fila cresce R$ 84 milhões

ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL

Para terminar o primeiro trecho do Fura-fila, a prefeita Marta Suplicy (PT) terá que gastar R$ 84 milhões a mais do que foi previsto inicialmente pela administração de Celso Pitta (PTN).
O novo presidente da SPTrans (São Paulo Transporte), Carlos Alberto Carmona, disse ontem à Folha que os gastos com os 8,5 km da linha entre o parque Dom Pedro, no centro, e o Sacomã, na zona sudeste, devem se aproximar de R$ 230 milhões. Em 1998, quando a obra começou a ser construída, a previsão era que esse trecho custasse R$ 146 milhões.
Carmona soube da nova estimativa, que indica um acréscimo de 58%, em reunião com a antiga diretoria da SPTrans. Oficialmente, a administração Pitta continuava divulgando os números iniciais. Até nas placas da obra na avenida do Estado consta a previsão de R$ 146 milhões.
Os R$ 84 milhões de acréscimo no valor do Fura-fila corresponde a quase metade do orçamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) deste ano.
Durante a campanha eleitoral, Marta prometeu concluir os 8,5 km e estender o sistema até a Vila Prudente, totalizando 12 km.
O presidente da SPTrans disse que Pitta gastou R$ 120 milhões com o Fura-fila até o final de seu mandato. O ex-prefeito queria iniciar a operação em um trecho de 3 km, do parque Dom Pedro à praça Alberto Lion, em novembro passado. No dia 10 de novembro, porém, as obras pararam.
O secretário dos Transportes, Carlos Zarattini, afirmou que a construção será retomada quando o BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) liberar um financiamento acertado na gestão anterior.
A construção da primeira parte já está adiantada, com traçado, plataforma e rede aérea quase prontos. Mas as estações que deverão abrigar os passageiros ainda não foram construídas.
No segundo semestre de 2000, Pitta chegou a fazer uma inauguração simbólica do sistema. As pessoas também puderam conhecer esse trecho de 3 km durante viagens monitoradas. "Foi uma operação em caráter precário. Foi marketing, não uma operação real", diz Carmona.
Nos outros 5,5 km, da praça Alberto Lion até o Sacomã, nem mesmo a pista e a plataforma estão concluídas.
Carmona disse que, por enquanto, a mudança no valor da obra não altera os planos do PT de prosseguir com o Fura-fila.
Pela nova previsão, o custo por quilômetro é de R$ 27 milhões, R$ 10 milhões superior ao valor inicial, mas inferior à média da construção de metrô (R$ 150 milhões).
Antes de retomar o Fura-fila, ele ainda tentará negociar os valores com a empreiteira Queiroz Galvão, responsável pela obra. "Vamos tentar baratear", afirma o presidente da SPTrans.


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