São Paulo, quinta-feira, 11 de janeiro de 2001
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RECIFE Prefeito defende nomeação de sua mulher para cargo de assessora especial e afirma que não discute questão ética Nepotismo atende necessidade, diz petista DA AGÊNCIA FOLHA O prefeito de Recife, João Paulo (PT), informou ontem, por meio de nota à imprensa, que a nomeação de sua mulher para o cargo de assessora técnica especial no gabinete da Secretaria Municipal da Saúde "atende a uma necessidade burocrática imediata". Segundo a nota, como assessora, a primeira-dama Luzia Jeanne de Oliveira e Silva atuará na área de "projetos especiais", em programas de proteção às mulheres vítimas de violência sexual e de atendimento de saúde aos moradores de rua, entre outros. A nota confirma que o salário da mulher do prefeito como servidora federal será mantido e que, a essa remuneração (cerca de R$ 1.600), serão acrescidos R$ 944,80 "correspondentes à gratificação pelo exercício de cargo em comissão" na prefeitura. Procurado pela Agência Folha, João Paulo informou, por meio de sua assessoria, que não se pronunciaria sobre a questão ética que envolve a nomeação de sua mulher como assessora. Disse que se restringiria à "análise administrativa" contida na nota. Segundo o documento, a LAR (Legião Assistencial de Recife), presidido pela primeira-dama, "deverá ter nova estrutura". A principal modificação prevista é a transferência da Coordenadoria da Criança e do Adolescente para a recém-criada Secretaria das Políticas Sociais. A coordenadoria era o órgão usado até o ano passado pela prefeitura para remunerar funcionários da LAR, inclusive sua presidente, que receberia cerca de R$ 3.500 por mês. Para políticos de oposição a João Paulo, foi essa mudança que o levou a nomear a mulher para um cargo em comissão. Seria uma forma de compensar essa perda. Goiânia O prefeito de Goiânia, Pedro Wilson (PT), nomeou a socióloga Maria Tereza Canesin Guimarães -sua mulher- para secretária de Ações Integradas (responsável por coordenar as ações das secretarias). Ela irá receber R$ 4.200. Na opinião da primeira-dama, sua nomeação não pode ser classificada como nepotismo. "Sou uma profissional, fui convocada para contribuir", afirmou. A oposição, segundo o vereador Anselmo Pereira (PMDB), também não vê nepotismo e considera Mara Tereza uma professora universitária competente. Ela leciona na pós-graduação da Universidade Católica de Goiás. O prefeito não foi localizado até o fechamento desta edição para comentar o caso. Texto Anterior: Médico de SP tem prisão preventiva decretada Próximo Texto: Verão: Falta de patrocinadores restringe campanha de limpeza de praias em SP Índice |
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