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ADMINISTRAÇÃO
Acordo com outros partidos pode envolver nomeação no primeiro escalão
Marta negocia "governo amplo"
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
A prefeita de São Paulo, Marta
Suplicy (PT), admitiu ontem que
negocia acordos políticos com
partidos que não integraram o governo no ano passado, seu primeiro ano na administração.
A negociação, justificada pela
busca de um "governo amplo",
poderá envolver nomeação para o
primeiro escalão, como na Secretaria de Abastecimento, que tem
desde ontem um secretário interino devido à saída de Jilmar Tatto
(PT), que assumiu a de Implementação das Subprefeituras no
lugar de Arlindo Chinaglia (PT).
No primeiro ano de governo,
apenas legendas de esquerda tiveram participação em nomeações
feitas para as secretarias, empresas e autarquias da prefeitura.
"Vou conversar com todas as forças políticas que compõem a cidade. Vou conversar com as personalidades da sociedade civil. A
partir dessas conversas, que já iniciei há mais de um mês, vou tomar a decisão de como esses postos serão ocupados", disse Marta
Suplicy ontem sobre novos secretários que terá de nomear.
Além da vaga na Secretaria de
Abastecimento, Marta terá obrigatoriamente de substituir o secretário Evilásio Farias (Assistência Social). Como Chinaglia, que
deixou o governo ontem, Farias
pediu para sair porque disputará
as próximas eleições.
Há também especulações que
apontam a possibilidade de até
outros três secretários deixarem o
governo por fatores que vão de
desavença interna a desempenho
abaixo do esperado.
A declaração de Marta sobre
acordos que estão sendo negociados com outros partidos foi feita
ontem durante discurso da prefeita na cerimônia de transmissão de
cargo de secretário de Implementação das Subprefeituras.
Ela não citou nenhuma legenda
com quem estaria negociando,
mas uma delas, segundo a Folha
apurou, é o PMDB, que tem interesse de ir para a administração
devido ao ano eleitoral.
Ao PT, por sua vez, interessa votos na Câmara, onde Marta enfrentou dificuldades para aprovar
projetos de seu interesse e há uma
bancada de seis peemedebistas.
A prefeita também voltou a dizer ontem que não tem pressa para fazer as mudanças de seu secretariado. "Não adianta ficar me
apressando a fazer no tempo que
os jornalistas querem que se faça.
Tenho o tempo que é o tempo do
governo. É o tempo da maturidade, da hora que o governo acha
que tem de fazer."
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