São Paulo, sexta-feira, 11 de janeiro de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Acordo com outros partidos pode envolver nomeação no primeiro escalão

Marta negocia "governo amplo"

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

A prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), admitiu ontem que negocia acordos políticos com partidos que não integraram o governo no ano passado, seu primeiro ano na administração.
A negociação, justificada pela busca de um "governo amplo", poderá envolver nomeação para o primeiro escalão, como na Secretaria de Abastecimento, que tem desde ontem um secretário interino devido à saída de Jilmar Tatto (PT), que assumiu a de Implementação das Subprefeituras no lugar de Arlindo Chinaglia (PT).
No primeiro ano de governo, apenas legendas de esquerda tiveram participação em nomeações feitas para as secretarias, empresas e autarquias da prefeitura. "Vou conversar com todas as forças políticas que compõem a cidade. Vou conversar com as personalidades da sociedade civil. A partir dessas conversas, que já iniciei há mais de um mês, vou tomar a decisão de como esses postos serão ocupados", disse Marta Suplicy ontem sobre novos secretários que terá de nomear.
Além da vaga na Secretaria de Abastecimento, Marta terá obrigatoriamente de substituir o secretário Evilásio Farias (Assistência Social). Como Chinaglia, que deixou o governo ontem, Farias pediu para sair porque disputará as próximas eleições.
Há também especulações que apontam a possibilidade de até outros três secretários deixarem o governo por fatores que vão de desavença interna a desempenho abaixo do esperado.
A declaração de Marta sobre acordos que estão sendo negociados com outros partidos foi feita ontem durante discurso da prefeita na cerimônia de transmissão de cargo de secretário de Implementação das Subprefeituras.
Ela não citou nenhuma legenda com quem estaria negociando, mas uma delas, segundo a Folha apurou, é o PMDB, que tem interesse de ir para a administração devido ao ano eleitoral.
Ao PT, por sua vez, interessa votos na Câmara, onde Marta enfrentou dificuldades para aprovar projetos de seu interesse e há uma bancada de seis peemedebistas.
A prefeita também voltou a dizer ontem que não tem pressa para fazer as mudanças de seu secretariado. "Não adianta ficar me apressando a fazer no tempo que os jornalistas querem que se faça. Tenho o tempo que é o tempo do governo. É o tempo da maturidade, da hora que o governo acha que tem de fazer."



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