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VIOLÊNCIA
Ladrão também não sobreviveu a troca de tiros ocorrida por volta das 7 h depois de um seqüestro relâmpago
Tiroteio na Vila Nova Conceição mata policial
DA REPORTAGEM LOCAL
Um policial civil e um criminoso morreram após trocarem dez
tiros em uma rua da Vila Nova
Conceição, bairro nobre da zona
oeste de São Paulo. O tiroteio
ocorreu por volta das 7h de ontem, depois que o policial reagiu a
um seqüestro relâmpago. Um outro suspeito de participação no
crime foi preso.
Segundo a Polícia Civil, o investigador do 51º DP (Butantã) Juarez Marques dos Santos -que
havia feito 40 anos anteontem-
estava em um Honda Civic na rua
Domingos Fernandes, com um
amigo, quando Celso Ricardo
Simplício da Silva, 29, armado,
entrou no veículo e anunciou o
seqüestro relâmpago.
Silva pegou carteiras, relógios e
celulares. Depois de percorrerem
poucas quadras, o policial e o criminoso desceram do carro na rua
João Lourenço e dispararam cinco tiros cada um.
A polícia não soube informar
quem disparou primeiro. Santos
foi levado ao Hospital São Paulo,
mas não resistiu aos ferimentos e
morreu.
Já o criminoso foi socorrido por
um cúmplice que, segundo a polícia, seguia o carro seqüestrado em
um Tempra. Silva foi levado por
Igor Sobral Lima, 24, ao Hospital
Santa Paula, onde morreu.
Depois de deixar Silva, Lima foi
para a casa de sua namorada para,
ainda de acordo com a polícia,
trocar de roupa e deixar a arma.
Em seguida, ele voltou ao carro
para levá-la ao trabalho.
As imagens de Lima e do Tempra, no entanto, foram gravadas
pelo circuito interno de vídeo do
hospital. Ainda pela manhã, o
carro foi localizado pela polícia na
avenida Faria Lima e ele foi preso
com sua namorada.
Lima negou que tenha participado da ação, mas a polícia encontrou na casa de sua companheira roupas sujas de sangue
-as mesmas que foram filmadas
pelo circuito interno- e uma arma roubada.
Tanto Santos quanto Lima já
haviam sido presos e respondiam
por um processo por roubo em liberdade. A namorada de Lima,
Alessandra Prudente Perri, que
afirmou não ter conhecimento
sobre o seqüestro relâmpago, foi
detida por porte ilegal de arma.
Reação
Apesar do desfecho, a reação de
Santos ao seqüestro relâmpago
foi defendida pelo delegado titular do 15º DP (Itaim Bibi), Mauro
Guimarães Soares, onde o caso foi
registrado.
"Ainda não se sabe com detalhes o que ocorreu naquele momento. Mas um policial, nessa situação, é melhor que reaja. Se o
criminoso descobre que ele é policial, atira com certeza."
De acordo com a sobrinha de
Santos, Elizabete Gomes, 32, o investigador era policial há 19 anos.
"Se ele reagiu, não foi por imprudência. Ele sempre foi muito cauteloso. Na academia que freqüentava, dizia que era comerciante,
não policial. E dizia para que nós,
quando o encontrássemos na rua
em serviço, não fôssemos falar
com ele. Fazia tudo isso para proteger a família", afirmou.
A irmã de Santos, Liliane Marques dos Santos, declarou que seu
irmão havia deixado a faculdade
de direito para ingressar na carreira policial. "Era a vocação dele", afirmou.
Zona oeste
De acordo com dados do Infocrim -a base de dados informatizada das ocorrências registradas
em São Paulo- relativos aos primeiros sete meses do ano passado, a zona oeste é a recordista em
seqüestros relâmpagos na cidade.
Ontem, a Secretaria da Segurança
Pública não divulgou o balanço
atualizado sobre o crime.
Dos 698 casos registrados de janeiro até o início de agosto, 404
ocorreram naquela área. A zona
sul foi apontada como a segunda
região mais problemática, com
180 casos.
As vias que registraram mais casos foram as avenidas Giovanni
Gronchi (dez casos), Eliseu de Almeida (nove) e Heitor Penteado
(sete), localizadas na zona oeste, e
a estrada do Alvarenga (sete), na
zona sul.
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