São Paulo, quarta-feira, 11 de janeiro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Laudo diz que PF matou PM à queima-roupa

MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO

O policial militar Evaldo Lopes Júnior, o Rambo, foi assassinado à queima-roupa por agentes federais durante a operação "Pedra Bonita" da PF em 7 de outubro, em Itaboraí (a 45 km do Rio), segundo o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal. Rambo havia sido acusado de matar um agente da PF no começo do ano passado.
Segundo o laudo, ao qual a Folha teve acesso, Rambo levou seis tiros. Um deles foi a uma distância mínima, com a bala atingindo o ouvido esquerdo, típico de uma pessoa que já estava rendida, avaliam policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, que investiga o caso. O policial tinha 37 anos.
A ação contou com a participação de 70 agentes, mas apenas seis agentes federais assinaram a ocorrência, segundo a PM. Um deles ficou ferido. Todos os seis estão soltos e foram transferidos para outros Estados. Seus nomes não foram revelados.
A operação "Pedra Bonita" tinha como objetivo prender acusados de integrar um grupo de extermínio que atuaria nos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Rambo era acusado de ter matado o policial federal Marcelo Jardim no início do ano.
Segundo o inquérito aberto pela 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM) da PM, que investigava a conduta de Rambo, na madrugada do dia 7 de outubro, os agentes federais cercaram a casa do PM, em Itaboraí.
Rambo pediu que os policiais se identificassem, mas eles se recusaram e arrombaram o portão de entrada da casa, sempre segundo a versão da PM. Rambo teria insistido para que os agentes apresentassem sua identificação, o que não teria ocorrido. Em seguida, atirou e feriu um agente.
Os policiais federais, segundo a DPJM, teriam efetuado dois disparos para dentro da casa e feriram o PM no quadril. Depois, atiraram uma bomba de efeito moral, que atingiu seu filho de 6 anos.
Rambo, então, se entregou e foi morto mesmo estando rendido, segundo a descrição da DPJM.
A PF nega que a morte tenha ocorrido nessas circunstâncias.
O advogado da família do PM, Carlos Franklin Batista, disse que ele não tinha envolvimento com grupos de extermínio.


Texto Anterior: Violência: Tiroteio na Vila Nova Conceição mata policial
Próximo Texto: Outro lado: Agentes tiveram de reagir, afirma assessoria da PF
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.