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Laudo diz que PF matou PM à queima-roupa
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
O policial militar Evaldo Lopes
Júnior, o Rambo, foi assassinado
à queima-roupa por agentes federais durante a operação "Pedra
Bonita" da PF em 7 de outubro,
em Itaboraí (a 45 km do Rio), segundo o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal. Rambo havia
sido acusado de matar um agente
da PF no começo do ano passado.
Segundo o laudo, ao qual a Folha teve acesso, Rambo levou seis
tiros. Um deles foi a uma distância mínima, com a bala atingindo
o ouvido esquerdo, típico de uma
pessoa que já estava rendida, avaliam policiais da Delegacia de Homicídios de Niterói, que investiga
o caso. O policial tinha 37 anos.
A ação contou com a participação de 70 agentes, mas apenas seis
agentes federais assinaram a
ocorrência, segundo a PM. Um
deles ficou ferido. Todos os seis
estão soltos e foram transferidos
para outros Estados. Seus nomes
não foram revelados.
A operação "Pedra Bonita" tinha como objetivo prender acusados de integrar um grupo de extermínio que atuaria nos municípios de Niterói, São Gonçalo e Itaboraí. Rambo era acusado de ter
matado o policial federal Marcelo
Jardim no início do ano.
Segundo o inquérito aberto pela
2ª Delegacia de Polícia Judiciária
Militar (DPJM) da PM, que investigava a conduta de Rambo, na
madrugada do dia 7 de outubro,
os agentes federais cercaram a casa do PM, em Itaboraí.
Rambo pediu que os policiais se
identificassem, mas eles se recusaram e arrombaram o portão de
entrada da casa, sempre segundo
a versão da PM. Rambo teria insistido para que os agentes apresentassem sua identificação, o
que não teria ocorrido. Em seguida, atirou e feriu um agente.
Os policiais federais, segundo a
DPJM, teriam efetuado dois disparos para dentro da casa e feriram o PM no quadril. Depois, atiraram uma bomba de efeito moral, que atingiu seu filho de 6 anos.
Rambo, então, se entregou e foi
morto mesmo estando rendido,
segundo a descrição da DPJM.
A PF nega que a morte tenha
ocorrido nessas circunstâncias.
O advogado da família do PM,
Carlos Franklin Batista, disse que
ele não tinha envolvimento com
grupos de extermínio.
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