DA REPORTAGEM LOCAL

A Prefeitura de São Paulo quer vender uma área pública de 9.700 m2 cedida ao Mackenzie desde 1955. O terreno é ocupado por prédios do campus de Higienópolis (região central), formado pelo quadrilátero das ruas Piauí, Itambé, Maria Antônia e Consolação.
O custo da área original cedida mais as benfeitorias e os prédios construídos -totalizando 16.664 m2- está avaliado em R$ 28.954 milhões.
O Mackenzie utilizava a área gratuitamente por um contrato de comodato até setembro passado. O contrato não foi renovado e o prefeito José Serra passou a cobrar, desde então, uma contribuição (espécie de aluguel) pelo uso do terreno. O Mackenzie pagou R$ 180 mil nos dois primeiros meses e o valor foi reajustado depois para R$ 246 mil.
O presidente do Mackenzie, Marcos Lins, informou ontem que ainda negocia o valor do terreno com a prefeitura.
A avaliação da área foi feita pelo Departamento Patrimonial da Procuradoria Geral do Município e consta do projeto que espera para ser votado na Câmara Municipal, autorizando a venda.
Lins aguarda a aprovação do projeto, que só deve ocorrer após o fim do recesso legislativo de janeiro, para discutir com representantes da prefeitura o valor.
O projeto em tramitação na Câmara não prevê licitação para a compra do terreno. A dispensa é respaldada em um artigo da Lei Orgânica do Município, em vigor desde 2004.
O diretor de Estudos da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), Luiz Paulo Pompéia, alega ser difícil fazer uma avaliação do preço proposto pela prefeitura, já que se desconhece o valor comercial dos prédios e benfeitorias existentes.
O preço médio do metro quadrado na avaliação feita pela prefeitura é de R$ 1.800. De acordo com Pompéia, o valor do metro quadrado dos terrenos em Higienópolis variam de R$ 1.000 até R$ 4.000 (nos pontos mais nobres, com vista para a região do Pacaembu). "A área ocupada pelo Mackenzie está perto do menor preço médio de mercado", diz.


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