São Paulo, segunda, 11 de janeiro de 1999

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Gastos com lixo aumentaram 50,5% em três anos

da Reportagem Local

O gasto com o lixo (coleta, varrição e lavagem das vias públicas) aumentou 50,5% nos últimos três anos, de acordo com levantamento feito pela assessoria econômica do vereador José Eduardo Cardozo (PT).
O cálculo foi realizado comparando os gastos de 95 com a verba empenhada pela prefeitura no ano passado. Os número são do balanço anual e do Sistema de Execução Orçamentária (SEO).
O levantamento revela que os cofres municipais pagaram efetivamente R$ 184 milhões em 95 para que as empresas contratadas realizassem os serviços de varrição, lavagem das vias públicas e a coleta de lixo.
No ano passado, a verba empenhada para os mesmos serviços chegou a pelo menos R$ 277 milhões. Mas apenas 158 milhões tinham sido pagos até o dia 30 de dezembro, de acordo com o levantamento.
A verba empenhada significa que o serviço foi contratado e realizado. Mas o dinheiro ainda não foi depositado na conta das empresas.

Inexplicável
"Os gastos estão subindo muito sem que haja uma melhora no serviço. É uma situação inexplicável. A única explicação é que a limpeza não está sendo feita", afirma o vereador José Eduardo Cardozo.
O vereador chegou a entrar com representação no Ministério Público pedindo a apuração dos gastos com o lixo na cidade de São Paulo.
"Já tentamos a abertura de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). Mas o prefeito tem a maioria na câmara e a investigação acaba nunca saindo", afirmou o vereador.

Justificativas
O secretário municipal de Serviços e Obras, Mário Alfredo Savelli, que responde também pelo Limpurb (Departamento de Limpeza Urbana), justificou o aumento dos gastos com limpeza na cidade alegando que o serviço está melhor e que não há irregularidades.
"A limpeza está melhor do que há quatro anos e o custo que temos hoje está de acordo com os contratos", afirmou o secretário, que assumiu o cargo em novembro do ano passado.
O prefeito Celso Pitta já determinou a abertura de uma nova concorrência para a contratação de empresas de coleta de lixo e varrição de ruas da cidade.
Levantamento feito pelo Datafolha mostrou em janeiro do ano passado que as empresas de limpeza pública não cumprem os contratos firmados com a Prefeitura de São Paulo.
Na verdade, varrem com uma frequência até 62% menor do que o total para o qual são pagas.
Várias ruas sem varrição seriam computadas na planilha de serviços executados pelas empresas. Sem exercer controle, a prefeitura paga conforme os números apresentados na planilha.
O edital de licitação deverá ser lançado até o final deste semestre, segundo Savelli.



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