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Fiscal é suspeito de usar nome
do cunhado para lavar dinheiro
LILIAN CHRISTOFOLETTI
da Reportagem Local
O Ministério Público de São
Paulo já tem indícios de que o cunhado de Marco Antonio Zeppini,
chefe dos fiscais da Regional de Pinheiros, está envolvido na lavagem do dinheiro que era obtido
por meio da cobrança de propina
de comerciantes.
Segundo o promotor do Gaeco
(Grupo de Atuação Especial de
Repressão ao Crime Organizado)
José Carlos Blat, João Alberto de
Almeida Campos, o Joca, "emprestava" o seu nome para que
Zeppini pudesse movimentar altas
quantias em dinheiro em agências
bancárias.
Joca seria o braço direito de Zeppini e responsável pela Autopeças
Camppini, de Indaiatuba (110 km
a noroeste de SP).
A empresa, que, segundo a família Zeppini, está fechada desde setembro por "problemas financeiros", continuou recebendo depósitos mensais da ordem de R$ 39
mil. Segundo o Ministério Público, os depósitos eram feitos com
cheques de comerciantes da Regional de Pinheiros.
Segundo Blat, a Jucesp (Junta
Comercial do Estado de São Paulo) não tem dados sobre a existência da empresa.
"Isso aumenta as suspeitas de se
tratar de uma empresa fantasma,
utilizada para a lavagem do dinheiro", disse.
As provas estão sendo obtidas
por meio da quebra do sigilo bancário de Zeppini e da empresa
Camppini, de cheques microfilmados e da agenda apreendida
com o fiscal.
Zeppini foi preso em flagrante,
em 2 de dezembro, recebendo
cheques de R$ 30 mil de uma comerciante. Em troca, ele iria isentá-la de multas do imóvel.
Segundo anotações feitas na
agenda pelo próprio fiscal, no dia
27 de outubro, sob o título de "investimentos", Zeppini depositou
R$ 20.470 para Joca e R$ 39.788
para a empresa.
De acordo com as anotações, entre os dias 15 de julho e 27 de outubro, Joca recebeu R$ 50.575 e a
Camppini, R$ 90.421.
Os depósitos foram feitos com
cheques de comerciantes de Pinheiros, cujo valor varia de R$ 500
a R$ 5.000.
Ao lado desses depósitos, Zeppini registra ainda como "investimentos" depósitos de aproximadamente R$ 20 mil mensais para a
Sucatuba, outra empresa mantida
em Indaiatuba, cujo faturamento
mensal, segundo a Secretaria da
Fazenda, é de R$ 300.
A Sucatuba, de acordo com Ministério Público, é de propriedade
de Zeppini, em sociedade com o
irmão Ivan Mauro Zeppini.
Um dos irmãos de Zeppini, Luis
Cláudio Zeppini, disse que a
Camppini, que funciona ao lado
da Sucatuba, era de propriedade
de Joca. "O Marco Antonio (Zeppini) só foi o fiador da empresa",
disse. Segundo ele, a Camppini foi
fechada há cerca de quatro meses.
"Parece que os negócios não foram muito bem e ele achou melhor fechá-la. Hoje, o Joca trabalha
como empregado em um outro lugar", disse.
Ele afirmou que não sabia informar o nome da empresa em que
Joca está trabalhando.
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