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VIOLÊNCIA
Segundo Petrelluzzi, a existência de quadrilha em cadeias não surpreende, já que são locais em que se concentram criminosos
Para secretário, PCC não é "inusitado"
DA REPORTAGEM LOCAL
A existência do PCC não é uma
coisa inusitada para o secretário
da Segurança Pública de São Paulo, Marco Vinicio Petrelluzzi.
""Não me espanta que em qualquer cadeia tenha tentativa de organização por parte dos presos,
porque, afinal, estamos tratando
com criminosos", disse.
Segundo ele, a primeira vez que
se falou nisso (PCC), falou-se como se fosse uma coisa escandalosa existir uma organização criminosa de presos. ""Se há um lugar
fácil para ter uma quadrilha, é
dentro de cadeia, porque ali, teoricamente, só tem marginal."
Para Petrelluzzi, não é novidade
que haja pessoas que, mesmo
dentro da prisão, tenham poder
de articulação externa. De acordo
com o secretário, os detentos recebem visitas, podem conversar.
O secretário não quis comentar as
suspeitas da Polícia Federal de
que o PCC esteja ligado à megaquadrilha recém-descoberta.
Hoje, a Secretaria da Administração Penitenciária estuda meios
de interferir no sinal de celulares
usados dentro dos presídios, uma
vez que eles continuam entrando
nas unidades apesar da segurança
existente. ""Tivemos contato com
várias empresas que impedem o
sinal de celular, mas não encontramos ainda um equipamento
que funcione e que o preço seja
compatível", afirmou o secretário
da pasta, Nagashi Furukawa.
O secretário afirmou que os presos mais perigosos, incluindo os
do PCC, estão sendo separados
dos demais. Pelo menos 400 estão
em Iaras, no interior.
Em 40 dias, a secretaria deve
reativar o Centro de Reabilitação
Penitenciária, em Taubaté, destruído no ano passado durante rebelião liderada pelo PCC e que
terminou com nove mortos. Jonas Mateus, uma das lideranças
da facção, disse ao "Agora São
Paulo" que o PCC pagou R$ 25
mil a funcionários do presídio para que três pistolas fossem colocadas para dentro da unidade.
Em julho, uma outra unidade
desse tipo será entregue em Presidente Bernardes. Além disso, em
março, a Casa de Detenção do Carandiru começa a ser dividida em
três presídios menores e independentes. Essa é apontada como
uma das saídas para aumentar o
controle sobre os presos.
Em 98, São Paulo chegou a ""exportar" para o Paraná supostas lideranças do PCC, em uma tentativa de desarticular a organização.
Os presídios têm outras facções.
Há a Seita Satânica, no Carandiru,
o CDL (Conselho Democrático da
Liberdade), em Avaré, o Comando Jovem Vermelho da Criminalidade, entre outras.
(AS)
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