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Pelo menos 8 das 14 escolas de samba do Grupo Especial levarão 500 turistas para o Sambódromo
Estrangeiros só vêm a SP para desfilar
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
O Carnaval paulista de 2001 vai
ganhar mais turistas na avenida
do que na arquibancada do
Anhembi. Pelo menos 8 das 14 escolas de samba do Grupo Especial
levarão 500 componentes estrangeiros para desfilar, entre argentinos, uruguaios, colombianos, japoneses, alemães, franceses, italianos, espanhóis e norte-americanos. Essa experiência é inédita
em quatro agremiações.
"Ainda não dá uma escola de
samba inteira, mas já é bom sinal
de que estamos atraindo gente de
fora", afirma Renê Rodrigues, assessor de comunicação da Liga
Independente das Escolas de
Samba de São Paulo.
Enquanto as escolas conquistam os "gringos" para desfilar, a
organização do Carnaval não tem
esse mesmo sucesso em sua estratégia de levá-los para arquibancadas, cadeiras e camarotes.
No ano passado, a Liga fez uma
parceria com a Abav (Associação
Brasileira das Agências de Viagem) para reservar, pela primeira
vez, um setor do Sambódromo
aos turistas.
Neste ano, as vendas para o setor 7, reservado aos turistas, também não animaram.
"Só vendemos quatro mesas (16
pessoas). Mesmo assim, para um
pessoal de Campinas", afirma
Elaine de Freitas Fávaro, operadora de eventos da agência de turismo Maringá, contratada para
comercializar esses bilhetes.
A alternativa da organização foi
vender ingressos do setor para
qualquer interessado. Já saíram
25% dos bilhetes, enquanto a média do Sambódromo é de 65%.
Entre as escolas que terão estrangeiros, Rosas de Ouro, Vai-Vai, Mocidade Alegre e Pérola
Negra devem colocá-los em uma
só ala. Na Rosas, a ala "Confraternidad" foi criada exclusivamente
para os parceiros do Mercosul.
Além da propaganda de amigos, a maioria das agremiações
conquistou os "gringos" por causa de apresentações feitas no exterior e homenagens prestadas a
países em carnavais anteriores.
A Vai-Vai terá cerca de 50 japoneses, que se interessaram pela
festa depois que a escola falou sobre o Japão, em 1998. A Pérola Negra trará 30 italianos de Veneza,
organizados por uma empresa
daquele país. Pela primeira vez, a
Mocidade Alegre terá 60 japoneses, agenciados por um jornal do
bairro da Liberdade (centro).
A X-9 Paulistana contará com
mais de cem uruguaios e argentinos, conquistados depois do Carnaval de 1999, quando seu tema
foi Mercosul. "O pessoal é meio
desajeitado. Por isso, vamos dividi-los, para não atrapalhar o desfile", afirma Laurentino Borges,
presidente da X-9.
Na Acadêmicos do Tucuruvi
sairão 12 norte-americanos, vindos de Miami. A Águia de Ouro
atraiu 20 japoneses e alemães em
seus ensaios. Na Leandro de Itaquera, mais de cem franceses e
alemães estarão entre os convidados de Francisco Ritta Bernardino, do hotel Ariaú Amazon Towers, na Amazônia, que está sendo homenageado.
A Nenê de Vila Matilde é uma
das poucas escolas que rejeitam
os "gringos". "Seria uma falta de
respeito permitir essa infiltração.
Somos só comunidade", afirma o
carnavalesco Augusto Oliveira.
Colaborou Sérgio Duran
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