São Paulo, domingo, 11 de fevereiro de 2001

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SEGURANÇA

Ronda individual será ampliada para tentar inibir crimes contra o patrimônio; soldados criticam medida

PM de Campinas vai intensificar a patrulha solitária

DA FOLHA CAMPINAS

A Polícia Militar de Campinas e região vai ter o projeto de policial solitário intensificado e ampliado neste ano, segundo o novo comandante do CPI-2 (Comando de Policiamento do Interior), coronel Reynaldo Pinheiro Silva.
O novo comandante assumiu o cargo na última quarta-feira e afirmou que pretende reduzir o número de ocorrências de crimes contra o patrimônio.
"Trabalhamos muito com os índices e sabemos que Campinas, por ser uma cidade grande e com bastante renda, também concentra muitas ocorrências", disse o coronel, em entrevista à Folha.
Para melhorar os dados de solução de crimes com o atual contingente (913 homens), a PM vai implantar definitivamente seu trabalho de policial solitário, que iniciou no ano passado.
Pelo projeto, em cada carro da polícia, em vez de dois soldados, incluindo o que fica ao volante, há um único homem.
A experiência foi iniciada no centro expandido de São Paulo como projeto piloto e acabou sendo ampliada para outras áreas.
Em Campinas, ele já é aplicado, mas sem muita amplitude. Policiais afirmam que a ronda solitária sempre existiu dentro da polícia local, informalmente.
O secretário estadual da Segurança Pública, Marco Vinicio Petrelluzzi, defende que o projeto é uma forma de aumentar a presença da polícia em locais com baixos índices de criminalidade.
Petrelluzzi afirmou que o projeto de policial solitário não oferece risco para os policiais.
O sistema, no entanto, gera polêmica entre policiais e especialistas em segurança.
"Antes de fazer uma abordagem, o policial analisa o caso e pede reforço pelo rádio", disse Silva.
A Associação dos Cabos e Soldados da PM diz que a medida é pior que "suicídio".
"Um tiroteio não leva mais do que um minuto para acabar", diz o presidente da entidade, o cabo Wilson de Oliveira Morais, que também é deputado pelo PSDB.
Na madrugada do dia 10 de janeiro, o soldado Carlos Lorenzeto Garcia, 39, que trabalhava sozinho, levou 13 tiros no portal do Morumbi ao atender uma ocorrência na zona sul de São Paulo.


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