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SP ILEGAL
Subprefeita de Pinheiros diz que há falta de funcionários
CPI vai acusar subprefeitura de negligência em fiscalização de obra
JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depoimento dado ontem pela
subprefeita de Pinheiros, Bia Pardi, à CPI da Operação Urbana Faria Lima será usado para acusar o
órgão de negligência na fiscalização de obras sob a responsabilidade da ex-administração regional. A acusação vai constar de parecer do relator da comissão, o vereador Milton Leite (PMDB).
O caso envolve irregularidades
encontradas pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Câmara
Municipal de São Paulo em obras
da operação urbana -instrumento que permite que a prefeitura "venda" o direito de construção acima dos limites permitidos
pelo zoneamento de determinadas regiões.
Um desses casos trata de uma
obra irregular de 4.300 m2 feita em
um terreno público. A obra, uma
garagem subterrânea vizinha de
um prédio da construtora Munir
Abbud, faria parte de um empreendimento de R$ 70 milhões
na Vila Olímpia, embargado na
semana passada.
A acusação de negligência da
subprefeitura vai se sustentar no
fato de Bia Pardi ter afirmado, no
depoimento, que não tem funcionários -agentes vistores e engenheiros- suficientes para fiscalizar obras e que, recentemente,
não tomou providências para solucionar o problema. Segundo
ela, há 19 agentes e seis engenheiros, e o ideal seria ter ao menos 30
agentes e dez engenheiros.
"Há negligência do poder público, que tem conhecimento da necessidade de fiscais complementares, não toma providência e
nem sequer pede formalmente,
por escrito [mais funcionários"",
disse o vereador Milton Leite.
"Ele [Leite" tenta imputar uma
responsabilidade que acho que a
gente não tem", disse a subprefeita ontem. "A cada momento se
verifica na nossa região que há necessidade de um contingente
maior [de funcionários". Isso é
natural. Não é nada que se possa
dizer como negligência."
Bia Pardi foi convocada devido
ao depoimento dado na semana
passada pelo engenheiro da subprefeitura Maurício Monteiro,
que também alegou falta de estrutura para explicar como uma obra
irregular de 4.300 m2 não foi fiscalizada. No depoimento, o engenheiro afirmou que a estrutura é
suficiente apenas para apurar casos denunciados à subprefeitura.
Hoje, a comissão tomará o depoimento de Jefferson Abbud, sócio-diretor da Munir Abbud.
Ontem, segundo a empresa,
uma multa de R$ 450 mil aplicada
devido a irregularidade foi paga.
A empresa também entrou com
pedido na subprefeitura para regularizar a obra e desembargá-la.
A CPI será encerrada na quinta-feira. Depois do encerramento, o
relator terá 15 dias para elaborar
um parecer. No documento, ele
deverá sugerir que a prefeitura tome posse da obra irregular e explore comercialmente a garagem.
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