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PALACE 2
Tramitação só será retomada após o Ministério Público do Rio se manifestar sobre desbloqueios de bens de Sérgio Naya
Suspeitas fazem juiz interromper processo
TALITA FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DO RIO
O processo contra o ex-deputado Sérgio Naya foi interrompido
ontem até que o Ministério Público do Rio se manifeste sobre supostas irregularidades no desbloqueio de bens e autorizações para
pagamentos de serviços. A determinação foi dada pelo juiz da 4ª
Vara Empresarial do TJ (Tribunal
de Justiça) do Rio, Antônio Carlos
Torres, que cuida do caso.
Isso significa que, até o fim das
investigações do órgão, o processo ficará parado. Naya era proprietário da Sersan, empresa que
construiu o edifício Palace 2, que
desabou em fevereiro de 1998 matando oito pessoas. Após o acidente, a Justiça bloqueou todos os
bens de Naya para garantir que as
famílias recebessem indenização.
Na última semana, os advogados da Associação das Vítimas do
Edifício Palace 2 levantaram suspeitas sobre os atos do juiz Alexander Macedo, que cuidava do
caso até o ano passado. Segundo
os advogados, Macedo desbloqueou bens sem consentimento
do Ministério Público e sem benefício para as vítimas do Palace 2.
Nélio Andrade, um dos advogados da associação, elogiou a atitude de Torres. "Se há suspeitas de
irregularidades, o processo deve
ser parado e os autos remetidos
ao Ministério Público", afirmou.
Andrade acredita que a resposta
do órgão será rápida. "Encaminhamos todas as irregularidades
detalhadamente", disse.
Em nota divulgada pelo TJ, Torres afirmou que já que "os jornais
continuam a levantar suspeitas",
"o melhor é parar tudo para que o
Ministério Público se manifeste".
Ele disse também que "as maiores
vítimas novamente serão as vítimas do desabamento".
O presidente do TJ, desembargador Miguel Pachá, também solicitou ao Conselho da Magistratura que investigue se o juiz Alexander Macedo cometeu irregularidades no processo.
O presidente do TJ, mesmo tendo defendido anteriormente os
juízes, disse, por meio de nota,
que mandou apurar a conduta de
Macedo por causa "das várias reportagens publicadas". Ao Conselho da Magistratura, ele encaminhou também um dossiê de
cerca de 300 páginas no qual Macedo se defende.
Segundo o promotor Rodrigo
Terra, na próxima semana ele encaminha ao TJ um pedido de "nulidade de todos os levantamentos
autorizados pelo juiz [Macedo]
que foram feitos sem que o Ministério Público e a associação tivessem conhecimento". Ele disse que
tem declarações que comprovam
que isso aconteceu.
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