São Paulo, quarta-feira, 11 de fevereiro de 2004

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SAÚDE

Pesquisa Datafolha encomendada pelo Sesc aponta a caminhada como a prática preferida pelos ativos, com 28% de citações

60% dos paulistas praticam exercícios

SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL

Enquanto a importância da atividade física já está incorporada ao conjunto de valores do paulista, a transposição da teoria para a prática foi feita por 60% deles. Dados de uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Sesc (Serviço Social do Comércio), mostram que 94% dos moradores do Estado de São Paulo acreditam que os exercícios trazem benefícios para a saúde, mas 40% declararam não serem adeptos de práticas esportivas.
As preferências do paulista, quando se trata de movimentar o corpo, foram esmiuçadas no trabalho, que apontou a caminhada como atividade praticada por 28% dos entrevistados ativos. Em segundo lugar, citados por 16%, ficaram os esportes coletivos- categoria que engloba o futebol.
As ginásticas em academias são praticadas por 11% e o ciclismo tem a preferência de 7%. "Ainda é pouco, mas é um número expressivo. Se a gente pensar que existem poucos programas sociais que incentivam a atividade física, o fato de 60% fazer exercícios é importante, significante", diz Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva e fisiologia do exercício da Unifesp.
O médico aponta como positivo o fato de a atividade mais praticada ser a caminhada -justamente a mais indicada para diversas faixas etárias, por oferecer menos contra-indicações.
Zogaib afirma que meia hora de caminhada, três vezes por semana, já é suficiente para um ganho na saúde, ajudando a combater diabetes, osteoporose, obesidade e pressão alta.
Mais popular, a caminhada é também a atividade que ganha mais adeptos conforme a idade: 14% dos jovens de 16 a 20 anos a praticam- número que sobe para 41% entre os que possuem 61 anos ou mais.
"Caminho e nado todos os dias e faço ginástica também", conta a aposentada Hilda Pereira Lucera, 66. Sedentária até os 59 anos, quando se aposentou, Lucera conta que hoje os exercícios são indispensáveis em seu cotidiano. "Tinha duas filhas, trabalhava à noite, dava plantão, não tinha tempo. Sempre quis nadar, mas não sabia. Hoje eu sinto a diferença", afirma.
Menos popular, a ginástica feita em academias é a mais praticada pelos que têm nível superior e idade entre 21 e 30 anos. É um hábito que faz parte da vida de 37% dos entrevistados das classes A e B. "É um setor que tem cerca de 20 anos e não conhece crises", diz José Otávio Marfará, diretor da Reebok Sports Club e fundador da rede de academias Runner.
A pesquisa mostrou que a atividade física faz parte até mesmo da vida dos que se declaram sedentários, uma vez que esse índice inclui pessoas que no seu dia a dia realizam atividades que demandam esforço físico -seja andando até o trabalho, limpando a casa ou carregando objetos.
"É preciso ressaltar isso também. Uma pessoa que anda meia hora até o trabalho ou passa o dia andando também está tendo um gasto energético e um ganho para a saúde. E às vezes a pessoa nem sabe disso", explica Zogaib.
A pesquisa, realizada nos dias 20 e 21 de fevereiro do ano passado, entrevistou 908 pessoas acima de 16 anos, residentes na capital, no interior e no litoral. O trabalho resultou no livro "Escolhas sobre o corpo", escrito pelo jornalista Jorge Caldeira, que será lançado hoje no Sesc Vila Mariana.


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