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SAÚDE
Pesquisa Datafolha encomendada pelo Sesc aponta a caminhada como a prática preferida pelos ativos, com 28% de citações
60% dos paulistas praticam exercícios
SIMONE IWASSO
DA REPORTAGEM LOCAL
Enquanto a importância da atividade física já está incorporada
ao conjunto de valores do paulista, a transposição da teoria para a
prática foi feita por 60% deles. Dados de uma pesquisa do Datafolha, encomendada pelo Sesc (Serviço Social do Comércio), mostram que 94% dos moradores do
Estado de São Paulo acreditam
que os exercícios trazem benefícios para a saúde, mas 40% declararam não serem adeptos de práticas esportivas.
As preferências do paulista,
quando se trata de movimentar o
corpo, foram esmiuçadas no trabalho, que apontou a caminhada
como atividade praticada por
28% dos entrevistados ativos. Em
segundo lugar, citados por 16%,
ficaram os esportes coletivos-
categoria que engloba o futebol.
As ginásticas em academias são
praticadas por 11% e o ciclismo
tem a preferência de 7%. "Ainda é
pouco, mas é um número expressivo. Se a gente pensar que existem poucos programas sociais
que incentivam a atividade física,
o fato de 60% fazer exercícios é
importante, significante", diz
Paulo Zogaib, especialista em medicina esportiva e fisiologia do
exercício da Unifesp.
O médico aponta como positivo
o fato de a atividade mais praticada ser a caminhada -justamente
a mais indicada para diversas faixas etárias, por oferecer menos
contra-indicações.
Zogaib afirma que meia hora de
caminhada, três vezes por semana, já é suficiente para um ganho
na saúde, ajudando a combater
diabetes, osteoporose, obesidade
e pressão alta.
Mais popular, a caminhada é
também a atividade que ganha
mais adeptos conforme a idade:
14% dos jovens de 16 a 20 anos a
praticam- número que sobe para 41% entre os que possuem 61
anos ou mais.
"Caminho e nado todos os dias
e faço ginástica também", conta a
aposentada Hilda Pereira Lucera,
66. Sedentária até os 59 anos,
quando se aposentou, Lucera
conta que hoje os exercícios são
indispensáveis em seu cotidiano.
"Tinha duas filhas, trabalhava à
noite, dava plantão, não tinha
tempo. Sempre quis nadar, mas
não sabia. Hoje eu sinto a diferença", afirma.
Menos popular, a ginástica feita
em academias é a mais praticada
pelos que têm nível superior e idade entre 21 e 30 anos. É um hábito
que faz parte da vida de 37% dos
entrevistados das classes A e B. "É
um setor que tem cerca de 20 anos
e não conhece crises", diz José
Otávio Marfará, diretor da Reebok Sports Club e fundador da rede de academias Runner.
A pesquisa mostrou que a atividade física faz parte até mesmo da
vida dos que se declaram sedentários, uma vez que esse índice inclui pessoas que no seu dia a dia
realizam atividades que demandam esforço físico -seja andando até o trabalho, limpando a casa
ou carregando objetos.
"É preciso ressaltar isso também. Uma pessoa que anda meia
hora até o trabalho ou passa o dia
andando também está tendo um
gasto energético e um ganho para
a saúde. E às vezes a pessoa nem
sabe disso", explica Zogaib.
A pesquisa, realizada nos dias
20 e 21 de fevereiro do ano passado, entrevistou 908 pessoas acima
de 16 anos, residentes na capital,
no interior e no litoral. O trabalho
resultou no livro "Escolhas sobre
o corpo", escrito pelo jornalista
Jorge Caldeira, que será lançado
hoje no Sesc Vila Mariana.
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