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Professor da Unifesp defende as bulas mais "enxutas" e menos detalhadas
DA REPORTAGEM LOCAL
O médico Antonio Carlos Lopes, presidente da Sociedade
Brasileira de Clínica Médica,
considera que a melhor bula de
remédio é aquela que tem menos informações.
Para ele, dados que interessam apenas ao médico têm de
ser omitidos. O folheto que
acompanha o remédio deve
trazer somente as orientações
gerais para os pacientes.
"Se você põe numa bula que o
remédio pode levar a suicídio, o
paciente simplesmente não toma o medicamento. Ele fica
atemorizado. Não dá para colocar na bula todos os efeitos colaterais", afirma Lopes.
O médico, que também é professor na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), conta
a orientação que costuma dar.
"Eu digo ao acompanhante do
paciente: "Tira a bula, senão ele
não toma o medicamento".
Quantas vezes eu já fiz isso..."
Linguagem compreensível
O presidente da Sociedade
Brasileira de Clínica Médica diz
que as bulas brasileiras são
"bastante boas" e não devem
seguir as americanas, que são
extremamente detalhadas.
"As bulas não devem ter informações que são da alçada do
médico. As americanas são verdadeiros minicapítulos de um
compêndio de farmacologia,
que não acrescentam nada ao
paciente", afirma.
Segundo Lopes, cabe ao médico informar os efeitos colaterais no momento da consulta,
com uma linguagem compreensível, e deixar claro que o
paciente deve voltar ao consultório caso surja alguma reação
inesperada. "As dúvidas devem
ser esclarecidas sempre com o
médico, não com a bula."
O único senão das bulas nacionais, na opinião de Lopes, é o
fato de não serem idênticas às
dos medicamentos de referência e as dos genéricos. "Não faz
sentido serem diferentes."
(RW)
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