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Laboratórios dizem cumprir todas as normas da Anvisa
Pfizer admite mudar trecho de bula do Zoloft; Novartis diz
que Voltaren e Cataflam são vendidos só com receita médica
DA REPORTAGEM LOCAL
Os laboratórios farmacêuticos citados na pesquisa do Idec
(Eli Lilly, Biosintética, Novartis, Medley, EMS e Pfizer) afirmaram que as informações que
acompanham seus remédios
seguem rigorosamente as normas estabelecidas pela Anvisa
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Acusada pelo Idec de incentivar a automedicação, no caso
do antidepressivo Zoloft, a Pfizer disse que "não encoraja
nem incentiva a automedicação de nenhum produto", mas
admitiu que pode fazer mudanças no trecho da bula apontado
como problemático ("Se você
não responder à dose de 50 mg,
pode aumentar a dose").
"Estamos revendo esse pedaço da bula e vendo se é o caso de
adicionar algo como "siga a
orientação do seu médico". De
qualquer forma, esse tipo de
alerta já é encontrado em grande quantidade na bula do remédio", disse o diretor médico da
Pfizer, João Fittipaldi.
A Novartis respondeu que a
acusação de incentivo à automedicação nos casos dos antiinflamatórios Cataflam (de
referência e genérico) e Voltaren (de referência) não procede
porque os dois medicamentos,
com tarja vermelha, só podem
ser vendidos com receita médica, após uma consulta com um
profissional.
A Eli Lilly diz que não traz na
bula do Prozac informações sobre problemas cardiovasculares porque as normas da Anvisa
exigem apenas as "reações adversas" (decorrentes do tratamento), e não os "eventos adversos" (não necessariamente
decorrentes do tratamento).
"A informação presente no
material americano faz referência a eventos adversos relatados no sistema cardiovascular, informando inclusive que
não há associação causal", disse
a empresa, por nota.
No caso do antidepressivo
cloridrato de fluoxetina (versão
genérica do Prozac), que não
traz o alerta sobre o risco de
idéias e comportamentos suicidas em pacientes jovens, o laboratório EMS disse que o medicamento é vendido apenas
com receita médica e que "o
médico é o profissional habilitado para orientar o paciente".
"O conteúdo das bulas EMS é
condizente com a do seu medicamento de referência", disse o
laboratório, em nota. O remédio de referência, entretanto,
traz o alerta sobre o risco de
comportamentos suicidas.
A respeito das comparações
que o Idec fez com as bulas dos
medicamentos americanos, os
laboratórios e a própria Anvisa
disseram que as regras válidas
para o Brasil não são iguais às
dos Estados Unidos.
(RW)
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