São Paulo, segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

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Laboratórios dizem cumprir todas as normas da Anvisa

Pfizer admite mudar trecho de bula do Zoloft; Novartis diz que Voltaren e Cataflam são vendidos só com receita médica

DA REPORTAGEM LOCAL

Os laboratórios farmacêuticos citados na pesquisa do Idec (Eli Lilly, Biosintética, Novartis, Medley, EMS e Pfizer) afirmaram que as informações que acompanham seus remédios seguem rigorosamente as normas estabelecidas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).
Acusada pelo Idec de incentivar a automedicação, no caso do antidepressivo Zoloft, a Pfizer disse que "não encoraja nem incentiva a automedicação de nenhum produto", mas admitiu que pode fazer mudanças no trecho da bula apontado como problemático ("Se você não responder à dose de 50 mg, pode aumentar a dose").
"Estamos revendo esse pedaço da bula e vendo se é o caso de adicionar algo como "siga a orientação do seu médico". De qualquer forma, esse tipo de alerta já é encontrado em grande quantidade na bula do remédio", disse o diretor médico da Pfizer, João Fittipaldi.
A Novartis respondeu que a acusação de incentivo à automedicação nos casos dos antiinflamatórios Cataflam (de referência e genérico) e Voltaren (de referência) não procede porque os dois medicamentos, com tarja vermelha, só podem ser vendidos com receita médica, após uma consulta com um profissional.
A Eli Lilly diz que não traz na bula do Prozac informações sobre problemas cardiovasculares porque as normas da Anvisa exigem apenas as "reações adversas" (decorrentes do tratamento), e não os "eventos adversos" (não necessariamente decorrentes do tratamento).
"A informação presente no material americano faz referência a eventos adversos relatados no sistema cardiovascular, informando inclusive que não há associação causal", disse a empresa, por nota.
No caso do antidepressivo cloridrato de fluoxetina (versão genérica do Prozac), que não traz o alerta sobre o risco de idéias e comportamentos suicidas em pacientes jovens, o laboratório EMS disse que o medicamento é vendido apenas com receita médica e que "o médico é o profissional habilitado para orientar o paciente".
"O conteúdo das bulas EMS é condizente com a do seu medicamento de referência", disse o laboratório, em nota. O remédio de referência, entretanto, traz o alerta sobre o risco de comportamentos suicidas.
A respeito das comparações que o Idec fez com as bulas dos medicamentos americanos, os laboratórios e a própria Anvisa disseram que as regras válidas para o Brasil não são iguais às dos Estados Unidos. (RW)


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