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EDUCAÇÃO
Pagamento de dívida em atraso que o CNPq tem com a instituição foi condição para fazer a matrícula
Bolsistas da PUC de Campinas pagarão taxa
RENATA CHUEIRE
free-lance para a Folha Campinas
Os 27 alunos bolsistas do CNPq
(Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico)
mestrandos em psicologia clínica e
escolar da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) decidiram pagar as taxas que a universidade cobra dos estudantes para
garantir a matrícula para este ano.
A assessoria de imprensa da
PUC-Campinas informou que a
taxa cobrada é referente à dívida
que o CNPq tem com a universidade há seis meses. Segundo a assessoria, esse é um compromisso do
aluno com o CNPq e não da universidade com o conselho.
O não-pagamento se deve ao
atraso do repasse da verba do governo federal, de acordo com informações da assessoria de comunicação do CNPq.
O conselho deve R$ 771.450,38 a
universidades particulares de todos o Brasil.
O valor corresponde às parcelas
de setembro, outubro, novembro e
dezembro de 98. De acordo com a
assessoria, não há previsão da data
de pagamento.
A assessoria do conselho informou que as mensalidades de janeiro e deste mês deverão ser pagas
ainda este mês.
Os bolsistas são contra o pagamento, mas optaram por fazê-lo
porque o prazo para as matrículas
no mestrado na PUC-Campinas
está previsto para encerrar hoje.
A universidade não estaria aceitando matrículas sem o pagamento dessas taxas, como informou o
advogado do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Edgar Fadiga
Júnior. Ele considera a atitude da
PUC-Campinas ilegal.
Ontem, os alunos enviaram um
requerimento à vice-reitoria administrativa solicitando uma reunião, em caráter de urgência, com
a mantenedora.
Eles pretendem poder reaver o
dinheiro das taxas que pagaram
por meio da negociação. Caso não
consigam, vão entrar na Justiça.
"Os alunos não concordam de
forma alguma com a posição da
universidade, só pagaram para garantir a matrícula. O aluno não é
obrigado a assumir uma dívida
que ele não tem", afirmou o advogado do DCE.
Ele acusa a PUC-Campinas de
agir sem critérios, já que até a última sexta-feira as taxas estavam
sendo cobradas sobre o número de
créditos de cada aluno e agora, sobre as cotas em débito do CNPq
com a universidade, informou Fadiga Júnior.
O reitor da universidade não foi
encontrado pela Folha para comentar o assunto.
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