São Paulo, Quinta-feira, 11 de Fevereiro de 1999
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EDUCAÇÃO
Pagamento de dívida em atraso que o CNPq tem com a instituição foi condição para fazer a matrícula
Bolsistas da PUC de Campinas pagarão taxa

RENATA CHUEIRE
free-lance para a Folha Campinas

Os 27 alunos bolsistas do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) mestrandos em psicologia clínica e escolar da PUC-Campinas (Pontifícia Universidade Católica) decidiram pagar as taxas que a universidade cobra dos estudantes para garantir a matrícula para este ano.
A assessoria de imprensa da PUC-Campinas informou que a taxa cobrada é referente à dívida que o CNPq tem com a universidade há seis meses. Segundo a assessoria, esse é um compromisso do aluno com o CNPq e não da universidade com o conselho.
O não-pagamento se deve ao atraso do repasse da verba do governo federal, de acordo com informações da assessoria de comunicação do CNPq.
O conselho deve R$ 771.450,38 a universidades particulares de todos o Brasil.
O valor corresponde às parcelas de setembro, outubro, novembro e dezembro de 98. De acordo com a assessoria, não há previsão da data de pagamento.
A assessoria do conselho informou que as mensalidades de janeiro e deste mês deverão ser pagas ainda este mês.
Os bolsistas são contra o pagamento, mas optaram por fazê-lo porque o prazo para as matrículas no mestrado na PUC-Campinas está previsto para encerrar hoje.
A universidade não estaria aceitando matrículas sem o pagamento dessas taxas, como informou o advogado do DCE (Diretório Central dos Estudantes), Edgar Fadiga Júnior. Ele considera a atitude da PUC-Campinas ilegal.
Ontem, os alunos enviaram um requerimento à vice-reitoria administrativa solicitando uma reunião, em caráter de urgência, com a mantenedora.
Eles pretendem poder reaver o dinheiro das taxas que pagaram por meio da negociação. Caso não consigam, vão entrar na Justiça.
"Os alunos não concordam de forma alguma com a posição da universidade, só pagaram para garantir a matrícula. O aluno não é obrigado a assumir uma dívida que ele não tem", afirmou o advogado do DCE.
Ele acusa a PUC-Campinas de agir sem critérios, já que até a última sexta-feira as taxas estavam sendo cobradas sobre o número de créditos de cada aluno e agora, sobre as cotas em débito do CNPq com a universidade, informou Fadiga Júnior.
O reitor da universidade não foi encontrado pela Folha para comentar o assunto.


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