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VIOLÊNCIA
Fogo foi ateado pelas portas do dormitório, diz laudo
Polícia vai indiciar funcionários por incêndio e morte na Febem
SÍLVIA CORRÊA
da Reportagem Local
Funcionários da Febem (Fundação Estadual para o Bem-Estar do
Menor) vão ser indiciados como
autores do incêndio que matou um
adolescente e deixou 22 feridos na
véspera do Natal passado.
Segundo o delegado Natanael da
Silva Abreu, titular do 81º DP (Belém), o indiciamento será feito
com base nos depoimentos de monitores e adolescentes colhidos durante o inquérito, e no laudo produzido pela polícia técnica, que foi
concluído oficialmente ontem.
Os nomes dos indiciados só serão divulgados depois que a polícia
comparar os depoimentos com as
conclusões dos peritos. Segundo
Silva Abreu, isso não deve demorar mais de dez dias.
Nove pessoas -a diretora da
unidade, seis monitores e dois supervisores- foram afastados pela
direção da fundação durante as investigações do caso.
O incêndio da véspera do Natal
começou depois de uma tentativa
frustrada de fuga na Unidade Educacional 17 (UE-17), quando cerca
de 40 adolescentes se trancaram
em um dormitório do prédio.
Eles alegam que se refugiaram
para não apanhar dos monitores,
prática que seria comum depois de
tentativas de fuga e rebelião.
A partir daí, surgem diferentes
versões sobre o início do fogo. No
entanto, conforme a Folha adiantou na semana passada, o documento do Instituto de Criminalística (IC) confirma a versão apresentada pelos adolescentes.
O laudo diz que o incêndio teve
dois focos primários, identificados
por baixo da porta de ferro do dormitório e por frestas da porta de
madeira que separava o quarto de
um banheiro coletivo.
Além disso, segundo o documento, um removedor da marca
Archot (semelhante ao querosene)
foi o produto inflamável utilizado
para alimentar as chamas. Frascos
do removedor foram encontrados
pelos peritos em um depósito de
acesso restrito a diretores e encarregados da UE-17.
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