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Jovens que mataram índio não poderão cursar universidade
WILSON SILVEIRA
da Sucursal de Brasília
Presos há dois anos, os quatro jovens que incendiaram e mataram o
índio pataxó Galdino Jesus dos
Santos passaram no vestibular da
Universidade Católica de Brasília,
mas não vão poder fazer os cursos.
Eles fizeram as provas com escolta policial, no presídio da Papuda,
vizinho do Núcleo de Custódia de
Brasília, onde estão presos, à espera de julgamento.
Antônio Novélly Cardoso de Vilanova, filho do juiz Antônio Novélly de Vilanova, foi aprovado em
direito. Max Rogério Alves foi
aprovado em economia, Eron de
Oliveira, em administração, e Tomás Oliveira, em educação física.
As informações foram prestadas
pelo diretor-geral interino do Núcleo de Custódia, Brás Justino da
Costa. Nem os presos nem seus parentes dão entrevistas.
Segundo Justino, os quatro são
os presos de melhor comportamento do presídio. Eles estão presos na mesma cela, sozinhos, num
dos cinco pavilhões do Núcleo de
Custódia, que tem mais 142 presos.
Justino negou que um deles tenha ficado doente ou que estejam
sendo submetidos a péssimas condições carcerárias, como afirmou
o ministro do Superior Tribunal de
Justiça Edson Vidigal, anteontem,
durante o julgamento em que se
decidiu que serão levados a um tribunal do júri.
Ao todo, o Núcleo de Custódia
abriga 1.021 presos, embora tenha
capacidade para apenas 778. Foi
construído para presos que aguardam julgamento, mas a maioria
(mais de 700) já está condenada.
Justino disse que não há como
separar os presos por grau de periculosidade, por isso os rapazes
convivem com todos os presos.
Enquanto a Folha estava no presídio, um pedreiro que trabalha na
construção de um novo pavilhão
foi atacado por um preso, que lhe
cortou o pescoço. O pedreiro foi levado sangrando para a enfermaria.
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