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Dados confirmam Brasil desigual
da Sucursal do Rio
De acordo com os dados do IBGE, o Brasil continua dividido em
dois: o do Sul-Sudeste, que tem os
melhores indicadores sociais, e o
do Nordeste, onde permanecem,
invariavelmente, as piores taxas.
A mortalidade infantil, por
exemplo, vem em tendência de
queda em todo o país desde o início da década. Chegou a 36,7 por
mil em 1997 e tem seu melhor índice regional no Sul, 22,5.
No Nordeste, porém, a taxa de
mortalidade infantil é de 59 por
mil. Em Alagoas, de cada grupo de
mil crianças nascidas vivas, 82,9
morrem antes de um ano de idade.
Também no Nordeste são mais
comuns as mortes por causas mal
definidas ou não esclarecidas, revelando tanto a precariedade dos
serviços de saúde como a subnotificação de dados.
A taxa de mortes por causas mal
definidas é de 32,4% no Nordeste.
Na Paraíba, 50,4% das mortes têm
causas não esclarecidas. Na região
Sul, a taxa é de apenas 8,9% e, no
Sudeste, de 9,2%.
O analfabetismo (outro indicador em tendência de queda, segundo o IBGE) é de 14,7% no país,
8,3% na região Sul e 8,6% no Sudeste. No Nordeste, é de 29,4%.
Em todo o Brasil, 15 milhões de
famílias têm pelo menos uma
criança de 0 a 6 anos de idade. Dessas, 31,8% têm rendimento familiar inferior a meio salário mínimo.
No Nordeste, 54,9% das famílias
com filhos nessa idade vivem com
menos de meio salário mínimo per
capita. No Sudeste, o percentual
cai para 18,9%.
"O Brasil é um país injusto. Os
dados mostram que, embora os indicadores venham melhorando, as
desigualdades permanecem. O
Nordeste não é um problema do
Nordeste, é um problema do país,
e esses indicadores têm de ser usados na elaboração de políticas públicas", disse o presidente do IBGE, Sergio Besserman Viana.
O Norte tem a pior taxa de coleta
direta de lixo nos domicílios: apenas 50,9% das residências dispõem
do serviço. No Sudeste, 93,9% dos
domicílios têm coleta direta de lixo. A média nacional é de 82%.
Ainda que forneça uma visão geral e recente sobre o país, a publicação do IBGE não permite um
acompanhamento imediato da
evolução histórica dos indicadores
sociais.
Dados evolutivos sobre a queda
da mortalidade infantil, o aumento
da esperança de vida ou a taxa de
escolarização, por exemplo, têm
que ser buscados em outras publicações.
(FE)
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