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São Paulo, terça-feira, 11 de março de 2003

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Maia e Quintal se unem em ataques ao Planalto

MARIO HUGO MONKEN
SABRINA PETRY

DA SUCURSAL DO RIO

O secretário estadual de Segurança Pública do Rio, Josias Quintal, e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL), se uniram ontem para atacar as propostas do governo federal para combater a violência no Estado. Reunidos no último sábado, os ministros Márcio Thomaz Bastos (Justiça) e José Viegas (Defesa) e a governadora Rosinha Matheus (PSB) não chegaram a um acordo.
Maia afirmou que o governo federal fez "jogo de cena ao deixar vazar [para a mídia] e fazer publicidade de uma proposta inexequível que o governo fluminense não iria aceitar". "A proposta foi uma ruptura da soberania de um ente federado. Não foi uma atitude positiva do governo federal e houve constrangimento."
Quintal afirmou que as propostas foram "inconsistentes" e "arbitrárias". "Houve boa vontade do ministro da Justiça, mas as propostas foram totalmente fora da realidade e não significaram nada. A União tem uma grande dívida com o nosso Estado e precisa ir além."
No sábado, os ministros propuseram a Rosinha que as polícias estaduais ficassem subordinadas a uma missão especial federal, cujo coordenador seria indicado pelo Ministério da Justiça. A governadora recusou alegando que isso implicaria reconhecer a impotência do Estado.
Rosinha também queria que o Exército ficasse por mais 30 dias nas ruas, mas o governo só deu mais uma semana. O governo se ofereceu ainda para assumir o presídio de segurança máxima Bangu 1 (zona oeste), onde estão os principais líderes do narcotráfico. Rosinha não aceitou e propôs entregar Bangu 3, maior e mais difícil de administrar.
Ontem, Maia -tradicional adversário do grupo de Rosinha- refez algumas ofertas de dinheiro para o Estado investir em segurança. Também se propôs a comprar o terreno onde fica o complexo penitenciário da Frei Caneca (centro), demoli-lo e reurbanizar a área.


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