São Paulo, terça, 11 de março de 1997.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Filósofo Michel Debrun morre aos 75

da Reportagem Local

O filósofo Michel Debrun, 75, morreu anteontem, em Campinas (SP), vítima de complicações geradas por derrame.
Debrun era professor emérito da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), onde lecionou desde 1970. Francês, imigrou para o Brasil em 1957, depois de frequentar a École Normale Supérieure de Paris.
Foi pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, professor do antigo Instituto Superior de Estudos Brasileiros e perito internacional da Unesco.
Na Unicamp, Debrun deu aulas e desenvolveu estudos nas áreas de filosofia política e teoria das ciências humanas. Aposentou-se em 1988. Mas, como professor emérito, manteve suas pesquisas, especialmente sobre a identidade nacional brasileira e a globalização das economias.
``Foi sempre uma referência para o Departamento de Filosofia'', diz Carlos Vogt, ex-reitor da Unicamp, hoje coordenador do Laboratório de Jornalismo.
Segundo Vogt, Debrun tinha prestígio e importância internacionais e morreu em plena atividade intelectual.
``Ele tinha uma energia incrível, sempre desenvolvia mais de uma atividade ao mesmo tempo'', conta. Vogt diz que há muitos anos o filósofo preparava um livro sobre a identidade nacional brasileira, que espera ver publicado após sua morte.
Debrun é autor de ``Ideologia e Realidade'', ``O Fato Político'', ``A Conciliação e Outras Estratégias'', ``Auto-organização e Estudos Interdisciplinares'' e ``Gramsci: Filosofia Política e Bom-senso'' (não lançado).
O corpo de Debrun foi cremado ontem, em São Paulo. O filósofo deixou mulher e filha.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice


Copyright 1997 Empresa Folha da Manhã