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VIOLÊNCIA
Dionizio Severo fugiu de helicóptero em janeiro; da facção CDL, ele foi morto em unidade dominada pelo rival PCC
Preso é morto quando falava com advogada
DA REPORTAGEM LOCAL
O sequestrador e assaltante
Dionizio de Aquino Severo, 37,
resgatado de helicóptero de um
presídio em Guarulhos em janeiro deste ano, foi morto ontem por
outros presos no CDP (Centro de
Detenção Provisória) do Belém
(na zona leste de São Paulo), dominado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital).
Participante da mais espetacular fuga do sistema prisional paulista, Severo, integrante do CDL
(Comando Democrático para Liberdade, facção criminosa rival
do PCC), foi assassinado de uma
forma nada comum.
Ele estava com sua advogada,
Maura Marques -que também
defendeu Fernando Dutra Pinto,
sequestrador da filha do apresentador de TV Silvio Santos-,
quando um grupo de detentos invadiu o parlatório (sala destinada
ao contato entre os presos e os
seus advogados), às 17h50.
O sequestrador foi morto com
golpes de estilete e o corpo foi arrastado pelas galerias, segundo
dados da Secretaria da Administração Penitenciária.
A confusão durou 40 minutos.
O Gate (Grupo de Ações Táticas
Especiais) foi acionado para recolher uma bomba de efeito moral,
que não estourou, jogada por um
PM durante o tumulto.
Três pessoas foram feitas reféns,
mas não houve feridos. Outro
preso e sua advogada estavam no
parlatório no momento da invasão, mas não foram agredidos.
Severo foi resgatado de helicóptero da Penitenciária José Parada
Neto, em Guarulhos, no dia 17 de
janeiro. Na aeronave, estava o seu
filho R.T.S, 17.
O sequestrador foi recapturado,
na semana passada, em Marechal
Deodoro (28 km de Maceió). Na
última segunda-feira, Severo foi
apresentado pela polícia de São
Paulo e levado provisoriamente
para o CDP do Belém.
Ele seria transferido para a penitenciária de segurança máxima de
Presidente Bernardes (605 km de
São Paulo) no início da próxima
semana, segundo a secretaria.
Severo estava na área de regime
disciplinar -cela individual usadas como castigo.
Uma sindicância será aberta para apurar as circunstâncias da invasão e a possível facilitação de
funcionários. Os autores do homicídio não tinham sido identificados até o começo da noite de
ontem, segundo a secretaria.
A advogada Maura Marques
confirmou que estava no parlatório no momento da invasão. Ela
disse que estava muito abalada e
que só falaria hoje sobre os detalhes do incidente.
Maura afirmou que seu cliente
não comentou ter sofrido alguma
ameaça de morte.
(GILMAR PENTEADO)
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