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ESCOLHA PROFISSIONAL
Descoberta de interesses e expectativas facilita decisão
ATIVIDADES REALIZADAS EM GRUPO INCLUEM VIVENCIAR A PROFISSÃO
FÁBIO PORTO SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL
Em ano de vestibular, além de estudar muito e revisar toda a
matéria do ensino médio, o estudante tem ainda de decidir qual
profissão irá seguir. Não é uma
decisão fácil, especialmente quando se tem apenas 17 ou 18 anos.
As dúvidas podem persistir até
as vésperas da inscrição -às vezes, até na hora de se inscrever.
Foi o que ocorreu com o estudante Stéfano Berton, 20. Depois de
entregar sua ficha no posto de inscrição da Fuvest e de ter optado
por economia, ele mudou de
idéia. Pediu a ficha de volta e escolheu agronomia. No mesmo ano,
fez vestibular para engenharia e
medicina. Atualmente, Berton
cursa o terceiro ano de engenharia de alimentos no Instituto
Mauá de Tecnologia.
É nessa hora de indecisão que o
jovem deve procurar orientação
vocacional. Há várias opções gratuitas em São Paulo que vão além
dos tradicionais testes e oferecem
ajuda não só para vestibulandos,
mas para quem já está na universidade ou começou a trabalhar.
"Muitos estudantes não procuram orientação por achar que o
trabalho se resume a aplicação
dos testes vocacionais", diz a professora de psicologia da PUC-SP
(Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo) Regina Gattar.
Os atendimentos podem ser individuais ou em grupo e são
acompanhados por psicólogos.
As sessões em grupo, com freqüência, incluem também dramatizações. O professor da Faculdade de Educação da Unicamp
(Universidade Estadual de Campinas) Valério Arantes propõe
atividades em que se vivencie a
profissão. "Um aluno do quarto
ano de medicina descobriu estar
insatisfeito com a área depois de
fazer um parto num exercício
desse tipo", afirma Arantes.
As discussões feitas em grupo
são outro ponto importante no
trabalho de orientação. "Começamos com temas amplos, como a
concepção de casamento. Isso
mostra as idealizações que alguns
jovens fazem e que são transpostas para as expectativas da carreira", diz Stella Sampaio Leite, psicóloga da Colméia, ONG especializada em orientação profissional.
O professor e supervisor de
orientação profissional do campus da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de Assis (SP), Francisco Hashimoto, diz que o trabalho do orientador deve estar voltado à preparação da pessoa para
tomar decisões ao longo da vida.
Na opinião de Maria Célia Lassance, professora da UFRGS e
presidente da Abop (Associação
Brasileira de Orientadores Profissionais), parte da angústia do jovem no processo de escolha da
carreira baseia-se na sensação de
que ele terá de ficar sempre fazendo a mesma coisa. "O estudante
acha que fará uma escolha para a
vida toda. Isso aumenta muito o
peso da decisão, além de não ser
verdade. Ao longo da trajetória
profissional, a pessoa muda e pode seguir vários caminhos. Em 20
anos, muitas vezes toma-se um
rumo que nunca se imaginou."
Outro passo importante na escolha do curso é buscar informações sobre as carreiras, sobre as
habilidades necessárias e ficar
atento ao mercado de trabalho.
"As profissões têm se transformado rapidamente e novas possibilidades de atuação surgem a todo
momento", diz Regina, da PUC.
Uma possibilidade é conhecer as
universidades por meio dos seus
programas de visitação e de exposição dos cursos por professores e
alunos (veja quadro ao lado).
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