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MARIA INÊS DOLCI
Contos-do-vigário on-line
A compra de produtos pela
internet é um dos confortos
que a tecnologia da informação
nos proporciona se tivermos renda e um bom microcomputador,
de preferência conectado por
meio de banda larga. Além da
vantagem de não ter de sair de
casa para comprar, podemos
comparar preços e condições de
pagamento, o que muitas vezes
nos proporciona uma boa
economia.
Como nada é perfeito, os golpistas, que antigamente vendiam
aos incautos o bondinho do Pão-de-Açúcar ou bilhetes de loteria
"premiados", agora se sofisticaram e enganam milhares de internautas. Esses pilantras on-line,
esses cafajestes da web montam
sites de compras e indexam suas
"promoções" em sites que comparam preços de produtos e de serviços. E tomam o dinheiro daqueles
consumidores que acreditam em
preços muito inferiores à média
do mercado, embora já não
creiam, há muito tempo, em Papai Noel ou em coelhinho da
Páscoa.
É claro que os culpados por esses
crimes são os bandidos que os cometem e a frouxidão das leis e de
sua execução no Brasil. As mesmas autoridades que velozmente
encostam contra a parede caseiros que ameaçam ministros de
Estado confessam que pouco ou
nada podem fazer contra esses
hackers.
Se não podemos contar, também nessa área, com as autoridades, temos de usar a cabeça. Como evitar cair, como patinhos
modernos que usam o computador e a internet, nessa versão virtual dos contos-do-vigário?
Em primeiro lugar, embora não
haja um controle oficial desses sites -se houver, nos contem, para
que possamos comemorar com
uma dança qualquer-, não é difícil identificar as lojas on-line
que merecem confiança. Elas,
muitas vezes, são versões na web
de redes de lojas que têm endereço, pagam impostos e atuam há
vários anos no comércio brasileiro. Ou existem em vários países,
sempre na web, com um histórico
positivo.
Em segundo lugar, não há milagre na lei da oferta e da procura.
Se um televisor com tela de plasma custa na loja da esquina R$ 10
mil, é muito estranho que seja
oferecido por R$ 5.000 em um site
de que nunca ouvimos falar.
Ou seja: querer levar vantagem exagerada freqüentemente
é a porta aberta para levar um
golpe. Converse com colegas de
trabalho, com amigos e parentes e se informe sobre quais os
endereços virtuais que utilizam
para o comércio digital.
Se já decidiu utilizar esse meio
de compra, deve observar quais
sites fazem parte da área de vendas dos provedores mais conhecidos de acesso à internet ou de fornecedores de conteúdo na web.
Caso a dúvida persista, faça um
pequeno (e barato) teste antes de
adquirir produtos que custem milhares de reais.
Além disso, há cuidados que
sempre valem em qualquer compra. Antes de escolher os produtos
que deseja adquirir no site, procure o telefone de atendimento ao
consumidor. Faça um teste: ligue
para lá e tente obter alguma informação relevante.
Confira como funciona a devolução de um produto com defeito,
como é cobrado o frete, prazos para entrega, formas de pagamento
e garantias dos artigos à venda.
Acima de tudo, lembre-se de
que em economia há muito mais
golpistas do que almas caridosas.
E-mail - midolci@yahoo.com.br
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