São Paulo, terça-feira, 11 de abril de 2006

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MARIA INÊS DOLCI

Contos-do-vigário on-line

A compra de produtos pela internet é um dos confortos que a tecnologia da informação nos proporciona se tivermos renda e um bom microcomputador, de preferência conectado por meio de banda larga. Além da vantagem de não ter de sair de casa para comprar, podemos comparar preços e condições de pagamento, o que muitas vezes nos proporciona uma boa economia.
Como nada é perfeito, os golpistas, que antigamente vendiam aos incautos o bondinho do Pão-de-Açúcar ou bilhetes de loteria "premiados", agora se sofisticaram e enganam milhares de internautas. Esses pilantras on-line, esses cafajestes da web montam sites de compras e indexam suas "promoções" em sites que comparam preços de produtos e de serviços. E tomam o dinheiro daqueles consumidores que acreditam em preços muito inferiores à média do mercado, embora já não creiam, há muito tempo, em Papai Noel ou em coelhinho da Páscoa.
É claro que os culpados por esses crimes são os bandidos que os cometem e a frouxidão das leis e de sua execução no Brasil. As mesmas autoridades que velozmente encostam contra a parede caseiros que ameaçam ministros de Estado confessam que pouco ou nada podem fazer contra esses hackers.
Se não podemos contar, também nessa área, com as autoridades, temos de usar a cabeça. Como evitar cair, como patinhos modernos que usam o computador e a internet, nessa versão virtual dos contos-do-vigário?
Em primeiro lugar, embora não haja um controle oficial desses sites -se houver, nos contem, para que possamos comemorar com uma dança qualquer-, não é difícil identificar as lojas on-line que merecem confiança. Elas, muitas vezes, são versões na web de redes de lojas que têm endereço, pagam impostos e atuam há vários anos no comércio brasileiro. Ou existem em vários países, sempre na web, com um histórico positivo.
Em segundo lugar, não há milagre na lei da oferta e da procura. Se um televisor com tela de plasma custa na loja da esquina R$ 10 mil, é muito estranho que seja oferecido por R$ 5.000 em um site de que nunca ouvimos falar.
Ou seja: querer levar vantagem exagerada freqüentemente é a porta aberta para levar um golpe. Converse com colegas de trabalho, com amigos e parentes e se informe sobre quais os endereços virtuais que utilizam para o comércio digital.
Se já decidiu utilizar esse meio de compra, deve observar quais sites fazem parte da área de vendas dos provedores mais conhecidos de acesso à internet ou de fornecedores de conteúdo na web. Caso a dúvida persista, faça um pequeno (e barato) teste antes de adquirir produtos que custem milhares de reais.
Além disso, há cuidados que sempre valem em qualquer compra. Antes de escolher os produtos que deseja adquirir no site, procure o telefone de atendimento ao consumidor. Faça um teste: ligue para lá e tente obter alguma informação relevante.
Confira como funciona a devolução de um produto com defeito, como é cobrado o frete, prazos para entrega, formas de pagamento e garantias dos artigos à venda.
Acima de tudo, lembre-se de que em economia há muito mais golpistas do que almas caridosas.

E-mail - midolci@yahoo.com.br


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