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ESQUEMA
Elas podem ser usadas para contratar apadrinhados sem concurso público e com altos salários
Prefeitura de São Paulo tem seis empresas para cabide de emprego
RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local
A Prefeitura de São Paulo possui pelo menos seis empresas
para utilizar como "cabides de emprego". Por elas, a administração pode contratar pessoas sem concurso, sem critérios
técnicos e com salários mais altos do que os normalmente pagos no serviço público municipal. Com uma vantagem adicional - não é preciso tornar pública a contratação, já que não é
obrigatório publicar os nomes no "Diário Oficial".
Além do Anhembi Turismo, cujo uso para contratar apadrinhados foi revelado na semana que passou, a prefeitura tem
ainda Cohab (Companhia Metropolitana de Habitação de São
Paulo), Prodam (Companhia de Processamento de Dados do
Município de São Paulo), CET (Companhia de Engenharia de
Tráfego), Emurb (Empresa Municipal de Urbanização) e
SPTrans (São Paulo Transporte).
Exceção feita ao Anhembi, que não forneceu informações sobre seus funcionários, as outras empresas citadas pagam 771
pessoas em "cargos de confiança". O número equivale a
10,28% do total de funcionários. Os demais cargos são reservados para pessoas concursadas.
Mas nem sempre a regra é respeitada. Só no Anhembi, 250
vagas reservadas foram preenchidas "sem critério", segundo o
promotor José Carlos Blat, que investiga a empresa.
É o Anhembi, por exemplo, que paga os salários do motorista
da primeira-dama, Nicéa Pitta, e de Natalia Claudia Martins
(mãe do ex-namorado da filha do prefeito).
Outro truque que amplia o "cabide" é a "quarteirização" de
funcionários, ou seja, pedir a uma empresa privada que presta
serviço à estatal que contrate um funcionário indicado, esquema já detectado, também no Anhembi, pela CPI da propina.
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