São Paulo, sábado, 11 de maio de 2002

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Miséria leva caiovás a vasculhar lixão

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

A pressão social resultante do crescimento populacional indígena é bastante evidente na Reserva de Dourados, a 210 km de Campo Grande. Confinados numa área de apenas 3.500 hectares, vivem ali cerca de 9.500 índios, a maioria da etnia caiová. A reserva fica a poucos quilômetros da cidade, que tem 180 mil habitantes.
A situação de miséria leva índios a recorrer ao lixão da cidade, na divida da aldeia, em busca de alimentos. Anteontem, uma equipe da Funai foi lá e encontrou três famílias vasculhando o lixo.
Havia no local uma menina de 12 anos que carregava no colo o seu filho, de dois meses.
Segundo o chefe da Funai em Dourados, Jonas Rosa, o problema se arrasta há dois anos, sem solução definitiva. "A prefeitura pagou alguns índios para vigiar a área, mas eles foram demitidos há dois meses", disse.
A demarcação das terras previa a rápida integração indígena, mas o resultado foram áreas superpovoadas e sem viabilidade econômica", afirma Antônio Brand, professor de história da Universidade Católica Dom Bosco.

Tráfico de crianças
A equipe da Funai está na região investigando um problema mais grave: nos últimos meses, surgiram denúncias de venda de crianças indígenas. A Polícia Federal também abriu inquérito.
A procuradora Ana Maria de Carvalho já ouviu o relato de uma mulher cuja filha teria vendido uma criança de seis meses. A mãe não foi localizada.



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