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Miséria leva caiovás a vasculhar lixão
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE
A pressão social resultante do
crescimento populacional indígena é bastante evidente na Reserva
de Dourados, a 210 km de Campo
Grande. Confinados numa área
de apenas 3.500 hectares, vivem
ali cerca de 9.500 índios, a maioria
da etnia caiová. A reserva fica a
poucos quilômetros da cidade,
que tem 180 mil habitantes.
A situação de miséria leva índios a recorrer ao lixão da cidade,
na divida da aldeia, em busca de
alimentos. Anteontem, uma equipe da Funai foi lá e encontrou três
famílias vasculhando o lixo.
Havia no local uma menina de
12 anos que carregava no colo o
seu filho, de dois meses.
Segundo o chefe da Funai em
Dourados, Jonas Rosa, o problema se arrasta há dois anos, sem
solução definitiva. "A prefeitura
pagou alguns índios para vigiar a
área, mas eles foram demitidos há
dois meses", disse.
A demarcação das terras previa
a rápida integração indígena, mas
o resultado foram áreas superpovoadas e sem viabilidade econômica", afirma Antônio Brand,
professor de história da Universidade Católica Dom Bosco.
Tráfico de crianças
A equipe da Funai está na região
investigando um problema mais
grave: nos últimos meses, surgiram denúncias de venda de crianças indígenas. A Polícia Federal
também abriu inquérito.
A procuradora Ana Maria de
Carvalho já ouviu o relato de uma
mulher cuja filha teria vendido
uma criança de seis meses. A mãe
não foi localizada.
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