São Paulo, quarta-feira, 11 de maio de 2011

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ANÁLISE

Bairros de classe média e alta devem estar conectados à rede de transportes

KAZUO NAKANO
DE SÃO PAULO

Anos atrás, os moradores da Vila Sônia conseguiram evitar a construção da estação Três Poderes na linha 4 do metrô, que liga a Luz ao Butantã. Recentemente, moradores do Morumbi foram contra a instalação do monotrilho entre o Jabaquara e o estádio do Morumbi, com ramal para Congonhas.
Agora, moradores de Higienópolis resistem à instalação de uma estação da linha 6 do metrô, que irá conectar a Brasilândia à Liberdade.
Isso acontece quando se anunciam investimentos em transporte coletivo em bairros residenciais ocupados pela classe média e alta.
Os moradores temem a desvalorização dos imóveis, a chegada de atividades comerciais e transeuntes indesejados. Porém, investimentos em transporte nesses bairros são imprescindíveis para o acesso de quem neles trabalha e para conectá-los com o resto da metrópole.
Essas conexões são essenciais pois esses bairros estão junto das áreas com boa oferta de empregos e oportunidades econômicas.
Diariamente, milhões de pessoas se dirigem para esses locais. É fundamental ter um amplo sistema multimodal de transporte coletivo, capaz de interligar as partes da metrópole, com máxima capilaridade.
Esse sistema promove a inclusão territorial, interliga bairros desiguais e reduz a segregação socioespacial.
Por isso, é preciso pensar o sistema de transporte coletivo na relação com a metrópole como um todo e com cada bairro. Entre o macro e o micro, o transporte coletivo torna-se um dos vetores mais poderosos do direito à cidade.

KAZUO NAKANO é arquiteto e urbanista no Instituto Pólis


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