São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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AÇÃO EMERGENCIAL

Dos R$ 90 milhões solicitados pela prefeita e pelo governador, presidente promete liberar apenas R$ 20 milhões

Verba antienchente frustra Marta e Alckmin

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso frustrou ontem as expectativas da prefeita de São Paulo, Marta Suplicy (PT), e do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que estiveram juntos em Brasília, ao prever a liberação de apenas R$ 20 milhões dos R$ 90 milhões que eles haviam solicitado para obras de combate a enchentes em São Paulo.
Marta disse que saiu "um pouco frustrada" da audiência, no Palácio do Planalto, porque o dinheiro que cabe à prefeitura é suficiente para a construção de apenas um dos seis piscinões que faltam no córrego Aricanduva (há três prontos, dois em fase de conclusão e três sendo construídos em obras emergenciais).
Ela disse que terá de concluir essas obras com recursos municipais e que não haverá enchentes nesse córrego em janeiro próximo. Já o governador, do mesmo partido de FHC, apesar de dizer que a verba liberada é o "possível", afirmou que é menos do que esperava.
"O dinheiro é menos do que eu esperava, mas é o possível no momento. Depois, melhorando a situação financeira, a gente volta aqui para solicitar mais recursos", afirmou Alckmin.
Ao todo, a previsão de verbas federais para o combate a enchentes em São Paulo neste ano era de R$ 110 milhões.
Desse total, R$ 70 milhões foram previstos por emenda da bancada federal paulista ao Orçamento da União e R$ 40 milhões destinados pelo ex-ministro da Integração Nacional Ney Suassuna, em março, em razão da situação de emergência provocada pelas cheias em São Paulo.
Dos R$ 40 milhões, R$ 20 milhões já haviam sido liberados, sendo metade para o Estado e metade para a prefeitura. Agora, o presidente prometeu liberar mais R$ 20 milhões procedentes do Orçamento, igualmente divididos entre o Estado e a prefeitura.
O dinheiro destinado ao Estado, segundo Alckmin, será utilizado na construção de três piscinões -dois no córrego Pirajussara e um na bacia do alto Tamanduateí, em São Bernardo do Campo.
A quantia liberada "está muito aquém do que necessitávamos", afirmou a prefeita.
"É um gesto, mas não resolve os problemas nem da cidade nem do Estado. O presidente é muito simpático, mas a gente sempre espera que São Paulo seja tratado de outra forma, já que é o maior Estado e a maior cidade em arrecadação", disse Marta.



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