São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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AÇÃO EMERGENCIAL

Para concluir piscinões, município terá de cortar verbas de pavimentação, iluminação ou reforma de viadutos

Prefeita estuda remanejar investimentos

DA REPORTAGEM LOCAL

Os R$ 10 milhões que o governo federal prometeu liberar para a Prefeitura de São Paulo são insuficientes para pagar as obras dos três piscinões que estão sendo construídos na região do córrego Aricanduva, em caráter de emergência. Para complementar os recursos, a prefeitura terá de retirar dinheiro de outras prioridades.
O valor das obras é de R$ 40 milhões. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura, a primeira opção será remanejar verbas destinadas no orçamento para pavimentação. Se não forem suficientes, outra opção será cortar recursos reservados para a ampliação da iluminação pública.
Como última saída, segundo a assessoria, a secretaria poderá retirar verbas que estavam alocadas para reforma nos viadutos.
Em abril, a prefeita Marta Suplicy disse que a prefeitura estava disposta a fazer, até mesmo sem a ajuda do governo federal, as obras necessárias para pôr fim às enchentes na região do Aricanduva.
No local, há três piscinões prontos, inaugurados na gestão do ex-prefeito Celso Pitta, que podem reter 810 mil metros cúbicos de água. Outros dois estão em fase de conclusão. Juntos, eles armazenarão mais 467 mil metros cúbicos. Um metro cúbico equivale a mil litros.
Os outros três piscinões que estão sendo construídos na região, em caráter de emergência, serão suficientes para armazenar 639 mil metros cúbicos de água.
Segundo estudo elaborado pela Secretaria Municipal da Infra-Estrutura Urbana, seria necessário investir mais de US$ 1 bilhão para pôr fim às enchentes na cidade.
As três obras emergenciais estão sendo tocadas pelas empreiteiras OAS, Carioca Cristian Nielsen Engenharia e Engeform Construções e Comércio. As duas primeiras contribuíram para a candidatura de Marta à prefeitura.
A prefeitura também fez um acordo com o governo do Estado para obras contra enchentes no Pirajussara. Pelo acordo, a prefeitura faria a desapropriação de uma área para a construção de um piscinão no local. A assessoria de imprensa da Secretaria Municipal de Infra-Estrutura informou que já foi feita a desapropriação em uma área de 17,8 mil m2.
Além da prefeitura, o Estado também vai receber R$ 10 milhões do governo federal em verbas antienchentes. Apesar de afirmar que esperava mais, o governador Geraldo Alckmin destacou ontem que está havendo um investimento recorde em São Paulo em termos de combate a enchentes. Ele citou o rebaixamento da calha do rio Tietê, ao custo de R$ 600 milhões, e as obras dos piscinões.



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