São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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ADMINISTRAÇÃO

Servidor pede 8,16%

Marta quer parcelar reajuste até 2004

JOÃO CARLOS SILVA
DA REPORTAGEM LOCAL

Proposta apresentada ontem pela administração aos servidores municipais, que negociam reajuste devido à data-base da categoria em maio, prevê reposição das perdas com inflação registrada na gestão Marta Suplicy (PT) em três parcelas anuais. A última seria paga somente em 2004.
Os reajustes seriam de 2% agora, 2,26% em janeiro de 2003 e outros 2,26% em janeiro de 2004. A Folha apurou que as entidades tendem a rejeitar a oferta hoje, quando haverá nova reunião entre governo e sindicatos.
No total, há 168 mil servidores ativos e inativos no município, que gasta, em média, R$ 258 milhões por mês com folha de pagamento. Eles reivindicam reajuste de 62,62% para repor perdas acumuladas desde 1994.
Durante a negociação, no entanto, servidores sinalizaram que aceitam receber agora reajuste de 8,16%, referente à inflação acumulada de janeiro do ano passado a abril deste ano, segundo o IPC-Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas).
O restante das perdas teria, segundo essa possibilidade aberta pelos servidores, de ser negociado para pagamento parcelado.
A proposta feita ontem pelo governo melhora a anterior, que previa reajuste de 2% e bônus de R$ 300, em três parcelas (a última em janeiro de 2003), para os servidores que ganham até três salários mínimos (R$ 600).
A nova oferta, se somada a reajuste já dado aos servidores, também atende a reivindicação de repor os 8,16% de perdas. "Mas é impossível aceitar um reajuste parcelado até 2004, até porque no ano que vem temos nova data-base. Queremos os 8,16% agora", disse ontem o vereador Cláudio Fonseca, presidente do Sinpeem (sindicato dos servidores da rede municipal de ensino).
"[A proposta] já é uma ousadia total, em função da situação [financeira" que estamos enfrentando", disse ontem a chefe de assessoria de gabinete da Secretaria das Finanças, Leda Maria Paulani, sobre o novo reajuste oferecido.
Segundo ela, o reajuste de 2% que seria pago neste ano custaria cerca de R$ 40,5 milhões aos cofres públicos. Para honrar os reajustes de 2,26% em 2003 e em 2004, o governo teria que desembolsar R$ 50 milhões em cada ano, segundo a secretaria.
Antes da última proposta ser apresentada na tarde de ontem aos servidores, eles discutiam uma paralisação no dia 28.



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