São Paulo, terça-feira, 11 de junho de 2002

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SAÚDE

Déficit de funcionários, principalmente de auxiliares de enfermagem, deve ser resolvido em um mês, afirma secretaria

Sem pessoal, hospital em SP desativa leitos

Fabiana Beltramin/Folha Imagem
Enfermaria do hospital Arthur Ribeiro Saboya, no Jabaquara, que teve 30 leitos desativados


FABIANE LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL

Um dos principais hospitais municipais de São Paulo teve de desativar leitos nas últimas semanas por causa da falta de funcionários, principalmente auxiliares de enfermagem.
O Arthur Ribeiro Saboya, no Jabaquara, zona sul da capital paulista, tinha 30 dos dos 260 leitos desativados na última sexta-feira.
Em uma das enfermarias, 22 dos 44 leitos estavam desativados. Na UTI pediátrica, dos 14 leitos, oito não funcionavam. Até sexta faltavam ser preenchidas 140 das 243 vagas de auxiliar do hospital.
Aloísio Cuginotti, superintendente da autarquia do Jabaquara, responsável pela unidade, informou que foi necessária uma readequação. Na UTI, bebês e crianças maiores tiveram de ser alojados na mesma UTI . "É para que os auxiliares de enfermagem que temos possam atendê-los". Segundo o superintendente, cirurgias ginecológicas não urgentes foram desmarcadas.
O terceiro andar do hospital, com outros 44 leitos, foi desativado para uma reforma, informou o superintendente. A unidade tem um convênio com o Hospital São Luiz Gonzaga para redirecionar os pacientes. A previsão da Secretaria da Saúde é de que o déficit seja sanado em um mês, quando deve terminar o processo de contratação do concurso organizado pela pasta.
O hospital é responsável pelo maior atendimento na autarquia Jabaquara (cerca de 30 mil atendimentos por mês). A prefeitura assumiu a unidade há cerca de um ano, depois do fim do PAS (Plano de Atendimento à Saúde). Assim como em outras unidades, encontrou um quadro de recursos humanos reduzido e equipamentos e infra-estrutura deteriorados.
"Não mostram o lado bom", diz o superintendente. Em um ano o hospital recuperou os equipamentos de radiologia e o setor de ultra-som, reformou banheiros e implantou um banco de sangue.
A deficiência de recursos humanos é problema principalmente na periferia. Ainda na região sul, o hospital do Campo Limpo (Hospital Municipal Dr. Fernando Mauro Pires Rocha) desativou oito dos 301 leitos também por falta de auxiliares de enfermagem, informou a diretoria na sexta-feira.
Até a quinta-feira passada, mais de 2.200 vagas de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem na prefeitura não tinham sido preenchidas nos hospitais.
Houve atraso de dois meses na homologação do concurso para a contratação de 7.900 profissionais dessas categorias. Uma decisão judicial obrigou a prefeitura a refazer a classificação, a partir da contestação dos critérios utilizados para ordenar a chamada.
A primeira parte do concurso, da contratação de médicos, foi homologada em março. Em abril, foi homologada a lista dos auxiliares de enfermagem que passaram.
Nas últimas semanas, no entanto, começaram a vencer os contratos de profissionais que ocupavam as vagas emergencialmente.
Segundo a coordenadora de Recursos Humanos da Secretaria da Saúde, Rose Inojosa, há profissionais para preencher as vagas.
A prefeitura, no entanto, estima que mais de 200 vagas de clínicos gerais e pediatras não serão preenchidas mesmo com o concurso. As autarquias já começaram a fazer novas contratações emergenciais.



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