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São Paulo, quarta-feira, 11 de junho de 2003

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SAÚDE

Pesquisa mostra que cerca de 34% dos 10.821 estudantes de sete a dez anos avaliados têm peso considerado acima do ideal

Estudo detecta obesidade infantil em Santos

FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS

Mais de um terço das crianças de Santos (SP) com idade entre sete e dez anos apresentam sobrepeso ou obesidade e são potenciais candidatas a sofrer, na idade adulta, as consequências do problema, como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.
A conclusão aparece em pesquisa que avaliou 10.821 estudantes de 78 escolas públicas e privadas da cidade. Segundo a prefeitura, o universo pesquisado corresponde a 52,17% das crianças da faixa dos sete aos dez anos do município.
As parcelas de crianças obesas (17,98%) ou com sobrepeso (15,74%) apuradas pela pesquisa são preocupantes porque superam em pelo menos duas vezes a taxa considerada aceitável para qualquer faixa etária (5%), segundo o médico Mauro Fisberg, coordenador do trabalho. Fisberg é professor da Universidade Federal de São Paulo, que aplicou a pesquisa entre setembro e dezembro, junto com a Secretaria da Saúde de Santos, a Universidade São Marcos, de São Paulo, e a Faculdade de Medicina de Santos.
Segundo ele, trata-se do maior estudo do gênero já feita em uma única faixa etária de uma mesma cidade em toda a América do Sul.
Os resultados apontaram prevalência de obesidade nas escolas particulares em relação às públicas e dos meninos em relação às meninas. Nas particulares, 25,04% dos alunos são obesos, contra 15,5% nas públicas. Somados os estudantes das duas categorias, os alunos obesos são 20,34% e as alunas, 15,78%.
"Estamos com uma prevalência de obesidade que ainda não é tão grave quanto a norte-americana, mas que já é maior que a européia. Há uma incorporação de conceitos que nunca foram os do brasileiro, como o da livre substituição [comer qualquer coisa a qualquer hora]", afirmou Fisberg.
De acordo com o especialista, a obesidade é uma doença "familiar" que tem de começar a ser combatida pelos pais. "Vilanizar a escola é uma coisa muito ruim. Nós estamos deixando de lado a educação em casa", declarou.
Devido aos resultados, a Prefeitura de Santos decidiu criar o Centro de Referência de Obesidade Infantil, que começará a funcionar no segundo semestre e realizará ações de prevenção, tratamento e capacitação de profissionais das redes municipal de saúde e de educação, segundo o secretário da Saúde, Tomas Soderberg.


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