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SAÚDE
Pesquisa mostra que cerca de 34% dos 10.821 estudantes de sete a dez anos avaliados têm peso considerado acima do ideal
Estudo detecta obesidade infantil em Santos
FAUSTO SIQUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
Mais de um terço das crianças
de Santos (SP) com idade entre
sete e dez anos apresentam sobrepeso ou obesidade e são potenciais candidatas a sofrer, na idade
adulta, as consequências do problema, como doenças cardiovasculares, hipertensão e diabetes.
A conclusão aparece em pesquisa que avaliou 10.821 estudantes
de 78 escolas públicas e privadas
da cidade. Segundo a prefeitura, o
universo pesquisado corresponde
a 52,17% das crianças da faixa dos
sete aos dez anos do município.
As parcelas de crianças obesas
(17,98%) ou com sobrepeso
(15,74%) apuradas pela pesquisa
são preocupantes porque superam em pelo menos duas vezes a
taxa considerada aceitável para
qualquer faixa etária (5%), segundo o médico Mauro Fisberg, coordenador do trabalho. Fisberg é
professor da Universidade Federal de São Paulo, que aplicou a
pesquisa entre setembro e dezembro, junto com a Secretaria da
Saúde de Santos, a Universidade
São Marcos, de São Paulo, e a Faculdade de Medicina de Santos.
Segundo ele, trata-se do maior
estudo do gênero já feita em uma
única faixa etária de uma mesma
cidade em toda a América do Sul.
Os resultados apontaram prevalência de obesidade nas escolas
particulares em relação às públicas e dos meninos em relação às
meninas. Nas particulares,
25,04% dos alunos são obesos,
contra 15,5% nas públicas. Somados os estudantes das duas categorias, os alunos obesos são
20,34% e as alunas, 15,78%.
"Estamos com uma prevalência
de obesidade que ainda não é tão
grave quanto a norte-americana,
mas que já é maior que a européia. Há uma incorporação de
conceitos que nunca foram os do
brasileiro, como o da livre substituição [comer qualquer coisa a
qualquer hora]", afirmou Fisberg.
De acordo com o especialista, a
obesidade é uma doença "familiar" que tem de começar a ser
combatida pelos pais. "Vilanizar a
escola é uma coisa muito ruim.
Nós estamos deixando de lado a
educação em casa", declarou.
Devido aos resultados, a Prefeitura de Santos decidiu criar o
Centro de Referência de Obesidade Infantil, que começará a funcionar no segundo semestre e realizará ações de prevenção, tratamento e capacitação de profissionais das redes municipal de saúde
e de educação, segundo o secretário da Saúde, Tomas Soderberg.
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