DA REPORTAGEM LOCAL

O Ministério da Saúde concordou com proposta dos hospitais universitários e deve adotar uma nova forma de remuneração para essas unidades.
O ministro da Saúde, Humberto Costa, estará hoje em São Paulo para discutir com integrantes da Abrahue (Associação Brasileira de Hospitais Universitários e de Ensino) a política do governo Lula para o setor, que passa por grave crise financeira.
Hoje as unidades universitárias, como todos os hospitais, recebem por procedimento. A proposta acordada entre o governo e representantes da Abrahue prevê a criação de contratos globais com os hospitais, em que cada um receberá um valor fixo anual e negociado com o ministério.
"A idéia é trabalhar com uma programação anual, com um orçamento que seja suficiente, baseado em um sistema de metas", afirma Amâncio Paulino de Carvalho, presidente da Abrahue.
Segundo o último levantamento da associação, a dívida dos cem hospitais universitários federais e universitários filantrópicos do país com fornecedores, a Receita Federal e a Previdência Social é de mais de R$ 1,2 bilhão. Não há informações sobre os 54 hospitais universitários públicos.
Só os hospitais federais (50) devem R$ 240 milhões, metade de seu faturamento anual com o SUS. Ainda segundo a Abrahue, os filantrópicos universitários, como a Santa Casa de São Paulo, trabalhariam com um déficit equivalente a 5,7 meses de faturamento.
O estrangulamento dos universitários é explicado pelo uso de dinheiro do SUS para contratações de funcionários terceirizados, além da insuficiência dos repasses feitos pelo governo federal para remunerar internações.
O Ministério da Educação criou 11 mil vagas para preenchimento via concurso público para diminuir as terceirizações nos universitários federais. Ainda há outras 11 mil ocupadas por terceirizados.
A terceirização é considerada ilegal pelo Tribunal de Contas da União, que deu prazo até 30 de junho para a solução do problema. (FABIANE LEITE)


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