São Paulo, quinta, 11 de junho de 1998

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EDUCAÇÃO
Ministro diz que espera julgamento para decidir se refaz prova em BH
Tribunal cassa liminar que suspende o provão do MEC

da Sucursal de Brasília

O TRF (Tribunal Regional Federal) da lª Região, em Brasília, cassou ontem a liminar que suspendeu a realização do Exame Nacional de Cursos do MEC (Ministério da Educação), o provão, em Belo Horizonte, no último domingo.
A liminar foi concedida pela 12ª Vara da Justiça Federal de Belo Horizonte, atendendo a ação popular apresentada pela diretoria da UNE (União Nacional dos Estudantes).
O ministro Paulo Renato Souza (Educação) disse que vai esperar o julgamento do mérito da ação, em Belo Horizonte, para decidir se o MEC irá realizar outro provão para os estudantes de Belo Horizonte ou não. Na cidade, foram 3.845 alunos que não fizeram os testes. O formando é obrigado a fazer o provão para registrar o diploma.
Ele disse que as instituições da capital mineira ficarão sem conceito neste ano. Em seu despacho, o presidente do TRF, juiz Plauto Ribeiro, diz que não cabia o uso de uma ação popular para tentar impedir a realização das provas.
A ação popular é usada para "anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural". O procurador-regional da União (1ª Região), Amaury José de Aquino Carvalho, argumentou que não houve ato lesivo nem imoral por parte do MEC.
Outro motivo apontado foi o de que a liminar foi além do pedido na ação da entidade. Ou seja, na petição apresentada pela UNE, não foi solicitada a suspensão do provão, mas a garantia de que os alunos das instituições públicas federais em greve não participassem dos testes. A Advocacia Geral da União, que representa judicialmente o MEC, entrou com o recurso no TRF na terça-feira.
O ministro Paulo Renato afirma que as consequências dessa liminar foram irreparáveis para o processo de avaliação. Ele avalia que houve "uma manobra de esperteza lamentável" por parte da UNE.
A liminar teria saído na noite de sexta-feira, mas só foi divulgada no domingo. A AGU estuda se irá adotar alguma medida contra o juiz Welinton Militão, da 12ª Vara da Justiça Federal de Minas, que concedeu a liminar no domingo.



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