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EDUCAÇÃO
Projeto que concede bonificação a docentes precisa ser votado até a próxima semana para valer antes das eleições
Gratificação tem de ser votada com urgência
da Sucursal de Brasília
O projeto de lei do governo concedendo gratificação aos professores terá de ser votado pela Câmara até a próxima semana para
poder entrar em vigor antes das
eleições. A proposta é o principal
instrumento do governo para tentar acabar com a greve dos docentes, que completa hoje 73 dias.
A intenção do presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP),
é votar o projeto na próxima terça-feira, em sessão extraordinária,
no início da noite. Para isso, os líderes governistas deverão pedir
urgência para a votação da proposta. Até as 18h de ontem, no entanto, o governo ainda não havia
mandado o projeto para o Congresso. Para ser votado no dia 16, o
projeto poderá chegar à Câmara
até o dia 15.
Depois de aprovado pela Câmara, a proposta tem de passar por
votação no Senado para em seguida ir à sanção do presidente Fernando Henrique Cardoso. Câmara e Senado entram em recesso no
dia 1º de julho.
Além disso, de acordo com a Lei
Eleitoral, a partir do dia 4 de julho
fica proibida a concessão de aumentos salariais até as eleições de
outubro. "O Congresso deveria
buscar uma saída para o impasse,
promovendo uma reunião de
emergência entre o comando de
greve dos professores e o ministro
da Educação (Paulo Renato Souza) para negociar o índice de reajuste", defendeu o deputado José
Genoino (PT-SP).
Temer tem poucas opções para
colocar o projeto em votação, porque os deputados terão de concluir, antes do recesso, o segundo
turno da emenda da reforma da
Previdência.
Caso o projeto que prevê gratificação aos professores não seja votado no dia 16, a última alternativa
de Temer será realizar uma sessão
extraordinária na manhã de quarta-feira. Nesse caso, o problema
será a votação do pedido de cassação dos deputados José Borba
(PTB-PR) e Valdomiro Meger
(PFL-PR), acusados de prática de
"pianismo" (quando um parlamentar vota por outro ausente na
sessão).
Divulgado pelo MEC, o texto do
projeto de lei confirma que o governo diminuiu os percentuais de
aumento propostos originalmente. Pela proposta, o aumento irá
variar entre 11,07% e 48,5% contra
os 21% e 56% oferecidos anteriormente. O MEC fez um rearranjo
das tabelas: diminuiu os percentuais de aumento no regime de 40
horas, que concentravam os
maiores índices, e privilegiou a
dedicação exclusiva.
Os professores reivindicam aumento de 20,4% a 76,34%, variando de acordo com o nível que o
docente ocupa na carreira.
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