JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
em Presidente Prudente

A advogada Sidmara Adriane Geremias, 24, de Presidente Prudente, está acusando na OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) o juiz José Roberto Canducci Molina, 33, de Santo Anastácio (SP), de discriminação racial. A entidade recebeu da advogada um pedido de desagravo contra o juiz.
Sidmara afirma que foi constrangida pelo juiz porque era "a única pessoa negra" presente a uma audiência presidida por ele.
A denúncia foi encaminhada pela delegacia da OAB de Presidente Prudente (580 km a oeste de São Paulo) à Comissão de Direitos e Prerrogativas da entidade.
Em razão do feriado prolongado, a OAB só deve se manifestar na próxima semana.
O suposto incidente, segundo a advogada, aconteceu no último dia 2, durante uma audiência de conciliação em uma ação de cobrança, movida por seu cliente no fórum de Santo Anastácio.
Sidmara estava acompanhando seu cliente, um comerciante de lubrificantes, que entrou na Justiça para receber uma dívida.
"Eu estava sentada no lugar do advogado de defesa. O juiz perguntou se eu era a ré, e a ré verdadeira se identificou", afirma a advogada.
"Ele perguntou quem era o autor, e meu cliente respondeu. O juiz levantou da cadeira e perguntou o que eu estava fazendo ali, manifestando inconformismo."
Fim da audiência
Ainda segundo ela, a audiência foi encerrada rapidamente pelo juiz, sem a tentativa de conciliação entre as duas partes.
"Meu cliente me questionou: "Eu venho com a senhora na audiência, e o juiz pergunta o que a senhora está fazendo lá. Estou mal defendido"', disse.
A suposta discriminação foi divulgada em um simpósio sobre os direitos humanos que reuniu estudantes de direito brasileiros e africanos na Instituição Toledo de Ensino, em Presidente Prudente.
A denúncia também foi encaminhada ao Conselho Estadual de Participação e Desenvolvimento da Comunidade Negra, um órgão ligado à Secretaria de Governo.



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