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SAÚDE
Balanço parcial indica diminuição de 38% entre 1995 e 1997
Número de mortes por Aids cai, mas doença dobra entre mulheres
da Sucursal de Brasília
da Agência Folha, em Porto Alegre
O ministro José Serra (Saúde)
anunciou ontem que os óbitos por
Aids no país em 97 tiveram redução de 38% em relação a 95.
Esse percentual, entretanto, será
menor. Falta computar as mortes
ocorridas há dois anos em Minas
Gerais, Maranhão, Espírito Santo,
Sergipe e Amazonas.
Com base em dados mais recentes de Brasília, Rio de Janeiro e São
Paulo, Serra estimou que a mortalidade por Aids em 98 será 50%
menor que a de 95 -antes do uso
do coquetel de medicamentos contra a doença.
Serra divulgou também números
que considerou "quase assustadores", relativos ao crescimento da
incidência de Aids na região Sul e
entre as mulheres.
Na região Sul, de 87 a 91, a incidência era de 2,8 casos por 100 mil
habitantes. De 93 a 97, passou a ser
de 12,3. Entre as mulheres, em todo
o país, a incidência de 87 a 91 era de
8,1 casos por 100 mil habitantes,
passando para 17,9 de 93 a 97.
Segundo o coordenador de Aids
do Ministério da Saúde, Pedro
Chequer, o aumento dos casos no
Sul se deve em grande parte ao
"descaso absoluto do poder público" durante os quatro anos do governo Antônio Britto (PMDB) no
Rio Grande do Sul.
Segundo Chequer, o Rio Grande
do Sul é o único Estado do país onde faltam leitos para doentes de
Aids. O governo Britto, afirmou,
não usava todo o dinheiro repassado pelo governo federal para a
coordenação estadual de Aids.
Outro lado
O secretário da Saúde no governo Antônio Britto, Germano Bonow (atualmente deputado estadual pelo PFL) afirmou ser "uma
impropriedade técnica" dizer que
o aumento dos índices de contaminação pela Aids se deve a uma ou
outra administração pública. "O
vírus fica incubado", disse.
De acordo com Bonow, o número de vítimas da Aids efetivamente
tem crescido, mas por uma questão de avanço da doença.
"Demos tratamento especial para a Aids. O coquetel que foi descoberto em julho de 1996 começou a
ser distribuído no Rio Grande do
Sul já em 1999", disse.
Bonow disse ter dados segundo
os quais, de janeiro a março deste
ano, as contaminações aumentaram 30% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Não quer dizer que a administração atual (de Olívio Dutra, do
PT) é responsável, assim como os
aumentos anteriores não nos pode
ser creditado", disse.
(WILSON SILVEIRA e LÉO GERCHMANN)
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