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Brasileiro dedica 0,7 hora à casa
DA SUCURSAL DO RIO
O homem brasileiro, ao ser
comparado com o de países desenvolvidos, mostra que é um dos
que têm mais dificuldade para
aceitar sua responsabilidade no
cuidado com a família em seu domicílio. O economista Cláudio
Dedecca, do Instituto de Economia da Unicamp, comparou o
Brasil com outros 14 países e descobriu que apenas os japoneses,
um país conhecido pelo forte machismo, trabalham menos em casa do que os brasileiros.
O estudo mostra que, em média, o brasileiro dedica apenas 0,7
hora de seu dia para o trabalho
em casa. Apenas os japoneses dedicam menos tempo, com uma
mísera 0,1 hora por dia. Os mais
prestativos nesse sentido são os
dinamarqueses, com 3,2 horas.
Para Dedecca, além de revelar
machismo, o dado brasileiro é
grave porque, em países desenvolvidos, parte do cuidado à família é realizado no ambiente público, em creches ou escolas de período integral.
"Num país onde há pouco acesso a creches e onde a escola é somente em meio período, esse cuidado torna-se ainda mais fundamental. Se o sistema público não
faz esse papel, quem tem que fazer
é a família, mas, se ela fizer esse
trabalho mal, isso terá uma implicação para toda a sociedade", diz.
Ele afirma que é um erro definir
esse cuidado como trabalho doméstico: "Prefiro usar o termo
"trabalho para reprodução social".
Sem ele, aumentam os riscos de
problemas de saúde, má alimentação ou má educação. Acho que
parte da violência decorre do grau
de precariedade com que as famílias se organizam".
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