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EVENTO FOLHA
Prova evitaria atuação de profissional com formação deficiente, mas poderia levar à acomodação, dizem dirigentes
Exame de ordem divide opiniões acadêmicas
DA REPORTAGEM LOCAL
É positiva a aplicação de exames que verificam o aprendizado
do universitário formado, como
faz a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil)? A questão dividiu
dirigentes de ensino em debate
promovido pela Folha.
Três dos debatedores defenderam a aplicação da prova. O secretário da Educação de São Paulo,
José Aristodemo Pinotti, o presidente da OAB-SP, Luiz Flávio
Borges D'Urso, e o diretor da Faculdade de Direito da PUC-SP,
Dirceu de Mello, disseram que a
sociedade não pode ser prejudicada pela atuação de profissionais
com má formação acadêmica.
O diretor da Faculdade de Medicina da USP, Giovanni Guido
Cerri, foi a voz distoante na discussão. Para ele, o exame pode levar a uma acomodação, o que evita as mudanças necessárias para
melhorar o ensino superior. Além
disso, segundo Cerri, a reprovação prejudica o aluno que não sabe da qualidade da faculdade
quando resolve entrar na escola.
Houve consenso entre os especialistas de que o maior problema
do ensino superior é o grande número de novas faculdades que,
em boa parte, não têm qualidade.
Eles culparam o Ministério da
Educação (MEC) pelo fato.
Durante o debate, o presidente
da OAB-SP disse que, atualmente,
não passaria no exame de ordem.
D'Urso afirmou que isso é normal, uma vez que a prova verifica
o aprendizado em diversas áreas
do direito e ele se especializou em
uma, a penal. Segundo D'Urso, a
prova exige conhecimentos mínimos para o estudante entrar no
mercado de trabalho.
Já o secretário municipal de
Educação de São Paulo afirmou
que tentou resolver o vestibular
que sua filha fez. Se fosse candidato, contou, teria sido reprovado.
Pinotti, na época, era professor titular de medicina na Unicamp.
O debate foi feito no momento
em que áreas como medicina e
engenharia podem se espelhar no
direito para começar a aplicar o
exame de ordem.
A prova da OAB, a mais tradicional do país, vem tendo alto nível de reprovação -no Estado de
São Paulo, por exemplo, ficou em
92,84% no último teste deste ano
com resultado divulgado. Os bacharéis em direito só podem exercer a advocacia se conseguirem a
aprovação no teste.
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