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GPS com mapa no carro já está legalizado
Resolução do Contran formalizou o uso de navegador com guia de ruas
Nova regra liberou a exibição mesmo que os motoristas estejam dirigindo, atendendo a lobby de montadoras e do comércio
ALENCAR IZIDORO
DA REPORTAGEM LOCAL
A utilização nos veículos de
navegadores GPS que exibem
mapas para orientar os motoristas enquanto dirigem -como um guia eletrônico de
ruas- foi legalizada pelo Contran (Conselho Nacional de
Trânsito), revertendo um dos
principais obstáculos para a expansão do aparelho no país.
A liberação foi formalizada
pela resolução 242, a partir do
dia 4 de julho, depois do lobby
de montadoras, que planejam a
difusão inclusive com veículos
que saem de fábrica já com a
tecnologia, e do comércio automotivo, que já vinha vendendo
os equipamentos antes mesmo
de sua legalização e está eufórico com as vendas desse tipo de
acessório neste Dia dos Pais.
Os defensores da medida
avaliam que os GPSs com mapa
criam uma facilidade aos condutores para a sua localização
nas vias públicas, uma modernização que existe há anos em
diversos lugares do mundo.
Os críticos temem por ser
mais um instrumento de distração dos motoristas -e, portanto, de ameaça à segurança
viária. Outros consideram que
a tecnologia tem falhas (como a
queda de sinal em lugares fechados, como túneis, e a falta de
precisão de alguns modelos) e
que merece ser aperfeiçoada.
O navegador GPS (sistema de
posicionamento global, baseado em satélites) permite ao motorista, enquanto dirige, receber a indicação detalhada de
determinado endereço nos municípios cadastrados. A área de
abrangência depende de cada
modelo, assim como diversas
funções alternativas e os preços, que beiram R$ 2.000.
A resolução 190 do Contran,
que valia até semanas atrás, era
de fevereiro de 2006 e vetava a
exibição de mapas pelos GPSs
quando os veículos estivessem
em movimento, permitindo somente setas e sinais sonoros.
A nova regra liberou a exibição também dos mapas, mesmo que os motoristas estejam
dirigindo, e os aparelhos podem ser fixados no painel dianteiro ou no pára-brisa, podendo
até sair de fábrica equipado.
Ficou mantida, porém, a restrição de exibição de imagens
de entretenimento (como filmes ou jogos) na parte da frente quando os veículos estiverem em movimento. Ou seja, os
DVDs automotivos só podem
funcionar voltados aos passageiros do banco traseiro. Se fixados no painel dianteiro, precisam ter um mecanismo para
deixá-lo inoperante assim que
é dada a partida no motor.
A avaliação do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) quando vetava a exibição
de mapa nos GPSs era que ele
poderia distrair os condutores.
Orlando Moreira da Silva,
coordenador de infra-estrutura
do órgão, diz que houve uma
mudança de avaliação após discussões com técnicos e fabricantes "que vieram até nós".
"É um instrumento usado no
mundo inteiro. É melhor desviar a atenção rapidamente para olhar um mapa do que ficar
procurando uma rua perdido
no trânsito", afirma.
O consultor em trânsito Horário Augusto Figueira tem
uma opinião diferente. "Sou
contra. O motorista teria que
ser obrigado a parar. É um instrumento de distração, ele vai
ficar mais preocupado em olhar
no mapa do que em dar seta."
A Delphi, que lançou seu modelo de navegador GPS no país
em 2006, diz que 3,5 milhões
de unidades de todas as marcas
saíram de fábrica em um ano no
Japão e 1,9 milhão na Europa.
Ela diz que já vendeu mais de
7.000 no Brasil e que vai ultrapassar 10 mil neste semestre.
A Quatro Rodas diz que as
vendas de seu modelo no Dia
dos Pais já superaram em mais
de 25% a previsão. Afirma que
vendeu 12 mil em um ano e serão mais 10 mil até dezembro.
Enquanto não havia a liberação pelo Contran dos mapas
com os carros em movimento,
as empresas vendiam os GPSs
alegando serem portáteis. Mesmo assim, havia resistência dos
usuários porque a orientação
do conselho e da polícia paulista era para multar em R$ 127,69
os infratores -ainda que a fiscalização fosse deficiente.
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