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ENSINO
Elas seriam mais prejudiciais que corte
Educação perde dinheiro com ações, diz MEC
BETINA BERNARDES
da Sucursal de Brasília
O ministro da Educação, Paulo
Renato Souza, disse ontem que o
corte determinado pela área econômica no orçamento de seu ministério é menos grave do que "a
indústria de ações" contra o pagamento do salário-educação.
De imediato, a redução no orçamento do MEC devido ao decreto
presidencial sobre contenção de
despesas é de R$ 130 milhões.
Como o decreto limita também a
previsão de gastos da pasta até 31
de outubro, no total o governo reduziu as verbas em R$ 213 milhões. Paulo Renato afirmou que
ainda não estudou onde serão feitos os cortes.
O ministério pretendia arrecadar neste ano com o salário-educação cerca de R$ 800 milhões.
Devido a 10,6 mil ações de empresas contra o pagamento da
contribuição, o valor arrecadado
até o final do ano será 20% menor
(R$ 158 milhões a menos).
"É lamentável que empresas
brasileiras estejam usando artifícios legais para deixar de pagar o
salário-educação. Isso é muito
mais prejudicial à educação do
que um eventual corte por ajuste
no orçamento", disse o ministro.
O salário-educação deve ser pago pelas empresas e corresponde a
2,5% de sua folha de pagamento.
Dois terços da contribuição vão
para os Estados e um terço fica
com o FNDE (Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação).
A verba financia programas como o do livro didático, de obras
em escolas, de transporte escolar e
de saúde do escolar.
Os Estados vão deixar de receber
este ano R$ 317 milhões devido às
ações. Os R$ 158 milhões que deixarão de ir para o FNDE correspondem, por exemplo, à metade
do que será gasto para a compra
de livros didáticos para 99.
As ações contra o pagamento começaram em 96, mas explodiram
no segundo semestre do ano passado, chegando a ser registradas
de 200 a 300 citações por semana.
O fato de existirem 10,6 mil
ações na Justiça não significa que
seja esse o número de empresas
que estão contra o pagamento da
contribuição. Em uma mesma
ação pode haver, por exemplo, 50
pessoas jurídicas.
As empresas questionam a constitucionalidade do salário-educação e a fixação da porcentagem da
contribuição.
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