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TRAGÉDIA EM OSASCO
Dona-de-casa morreu duas horas e meia depois de receber alta da Santa Casa de São Paulo
Vítima do templo tem alta, desmaia e morre
CRISPIM ALVES
da Reportagem Local
Subiu para 25 o número de mortos do desabamento parcial do telhado da sede regional da Igreja
Universal do Reino de Deus em
Osasco (Grande SP).
A dona de casa Severina Camélia
Costa, 47, morreu cerca de duas
horas e meia depois de receber alta
da Santa Casa de São Paulo.
Segundo seu marido, Jorge Wilson de Castro, pode ter havido negligência médica por trás da morte
de Severina.
Ele afirma que, na madrugada
do desabamento, a dona-de-casa
foi levada para o Hospital Municipal Antonio Giglio, em Osasco,
onde permaneceu por algumas
horas antes de ser dispensada.
Já em casa, no mesmo dia, Severina -que teve fratura em três
costelas, lesões na coluna e acúmulo de água nos pulmões- voltou a sentir-se mal. Castro afirmou
que, junto com alguns pastores,
levou a mulher para a Santa Casa,
onde ela permaneceu internada
até por volta das 11h de ontem.
De posse de uma receita médica
na qual a Santa Casa prescreveu
Lisador (analgésico e anticólicas),
Severina foi levada para casa.
Antes de atravessar a porta de
sua casa, ela desmaiou e foi levada
para o pronto-socorro do bairro
Rochdalle. Ela morreu no percurso, por volta das 13h28. Ainda não
se sabe a causa da morte. Ontem à
noite, o IML de Osasco havia iniciado a autópsia do corpo.
Castro disse que pretende entrar
na Justiça contra os responsáveis
pela morte de sua mulher. "Vou
verificar o que ocorreu. Mas, com
certeza, vou processar os médicos
responsáveis por isso."
O delegado Flávio Augusto de
Souza Nogueira, assistente da Delegacia Seccional de Osasco, afirmou que será aberto inquérito para apurar as circunstâncias que
envolveram a morte de Severina.
A Folha não conseguiu entrar
em contato ontem com a diretoria
da Santa Casa. Às 17h, a reportagem foi informada pela telefonista
do hospital de que não havia ninguém na diretoria nem na assessoria de imprensa. No pronto-socorro, a atendente disse que ninguém
poderia falar sobre o assunto. Recados foram deixados na casa do
assessor de imprensa da Santa Casa. Até o fechamento desta edição,
ele não havia ligado de volta.
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