São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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TRAGÉDIA EM OSASCO
Dona-de-casa morreu duas horas e meia depois de receber alta da Santa Casa de São Paulo
Vítima do templo tem alta, desmaia e morre

CRISPIM ALVES
da Reportagem Local

Subiu para 25 o número de mortos do desabamento parcial do telhado da sede regional da Igreja Universal do Reino de Deus em Osasco (Grande SP).
A dona de casa Severina Camélia Costa, 47, morreu cerca de duas horas e meia depois de receber alta da Santa Casa de São Paulo.
Segundo seu marido, Jorge Wilson de Castro, pode ter havido negligência médica por trás da morte de Severina.
Ele afirma que, na madrugada do desabamento, a dona-de-casa foi levada para o Hospital Municipal Antonio Giglio, em Osasco, onde permaneceu por algumas horas antes de ser dispensada.
Já em casa, no mesmo dia, Severina -que teve fratura em três costelas, lesões na coluna e acúmulo de água nos pulmões- voltou a sentir-se mal. Castro afirmou que, junto com alguns pastores, levou a mulher para a Santa Casa, onde ela permaneceu internada até por volta das 11h de ontem.
De posse de uma receita médica na qual a Santa Casa prescreveu Lisador (analgésico e anticólicas), Severina foi levada para casa.
Antes de atravessar a porta de sua casa, ela desmaiou e foi levada para o pronto-socorro do bairro Rochdalle. Ela morreu no percurso, por volta das 13h28. Ainda não se sabe a causa da morte. Ontem à noite, o IML de Osasco havia iniciado a autópsia do corpo.
Castro disse que pretende entrar na Justiça contra os responsáveis pela morte de sua mulher. "Vou verificar o que ocorreu. Mas, com certeza, vou processar os médicos responsáveis por isso."
O delegado Flávio Augusto de Souza Nogueira, assistente da Delegacia Seccional de Osasco, afirmou que será aberto inquérito para apurar as circunstâncias que envolveram a morte de Severina.
A Folha não conseguiu entrar em contato ontem com a diretoria da Santa Casa. Às 17h, a reportagem foi informada pela telefonista do hospital de que não havia ninguém na diretoria nem na assessoria de imprensa. No pronto-socorro, a atendente disse que ninguém poderia falar sobre o assunto. Recados foram deixados na casa do assessor de imprensa da Santa Casa. Até o fechamento desta edição, ele não havia ligado de volta.



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