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Funerárias disputam dinheiro do seguro
do enviado especial a Anápolis
A notícia de que cada vítima fatal
do acidente com romeiros tem direito a receber R$ 5.108 do seguro
por acidentes de trânsito está se
tornando um problema para os familiares e mobilizando alguns advogados e funerárias da cidade.
Desde quarta-feira, um dia após
o acidente, estão surgindo denúncias veladas de que advogados e
prepostos deles e de funerárias estão assediando os parentes das vítimas para que assinem procurações, com o intuito de transferir
para eles a liberação do pagamento do prêmio do seguro.
Até ontem à tarde, apesar das
tentativas dos padres da paróquia
Nossa Senhora Aparecida, não havia sido feito nenhum flagrante
desse assédio. O único caso constado foi o de uma paciente que assinou uma procuração para que
um hospital intermediasse o seguro para atendimento médico-hospitalar, prática considerada "regular" pelo Ministério da Saúde.
De acordo com as denúncias, há
a promessa do pagamento imediato de R$ 1.000 para os familiares
sob argumentação de que é necessária a intermediação de um advogado para liberar o dinheiro do seguro. A diferença também seria
usada para pagar o custo com o
traslado dos corpos.
Houve até mesmo informações,
não confirmadas, de que representantes desses advogados e funerárias estariam procurando parentes na porta do Instituto Médico Legal da Universidade Estadual
de Campinas, onde está sendo feito o trabalho de reconhecimento
dos corpos, para que eles assinem
essas procurações.
O frei Ruy José, um dos párocos,
tem usado as missas para alertar
sobre os prejuízos que os familiares dos mortos sofrerão caso assinem essas procurações. O coordenador-geral do Ministério Público
em Anápolis, Marcelo Henrique
dos Santos, foi ontem às emissoras
de rádio e de TV para pedir que as
pessoas não assinem nada.
A Procuradoria Jurídica da prefeitura está montando com o Ministério Público uma assessoria
jurídica para atender os acidentados e familiares deles. Isso porque,
se as famílias quiserem, poderão
acionar judicialmente a Centro-Oeste Turismo (empresa dona
dos ônibus acidentados), cobrando indenização por perdas e danos
físicos e morais.
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