da Reportagem Local

Presos do 45º DP (Vila Brasilândia), zona noroeste de São Paulo, tomaram dois investigadores e um carcereiro como reféns e fizeram uma rebelião de 16h, que terminou na manhã de ontem, contra a transferência de seis deles.
Os seis presos seriam removidos anteontem à noite para a Casa de Detenção, no Carandiru (zona norte), de onde seriam transferidos para a penitenciária de Pirajuí, no interior do Estado. A delegacia abriga 158 presos, mas teria que abrigar apenas 20.
Segundo o delegado Dovairdes Carmona Cogo, do 45º DP, os presos podem ter se rebelado por estar preparando uma fuga, que seria dificultada com a transferência para a penitenciária.
Entretanto, após o término da rebelião, às 10h de ontem, a polícia não encontrou nenhum indício de túnel escavado pelos presos.
A rebelião começou às 19h de anteontem, quando os investigadores Omae Satoro e Luiz Müller e o carcereiro Anselmo Buscaratti se preparavam para encaminhar os presos para as celas.
Ao anunciarem a transferência para os seis presos, os policiais foram dominados por presos que portavam estiletes e facas improvisadas.
Os presos não queriam ser transferidos antes da visita de suas mulheres e familiares, que estava prevista para ontem de manhã.
Os presos passaram a noite com os reféns e foi iniciada uma negociação. Eles exigiram a presença da imprensa e, após a entrada de cerca de 20 mulheres no interior da carceragem e a chegada de equipes de TV, liberaram os reféns. Nenhum preso foi transferido. Os presos alegavam que temiam uma reação violenta da polícia, caso entregassem os reféns sem nenhuma garantia.
Satoro afirma que foi agredido pelos presos. Ele está ferido na costela e com um corte na testa.
Ele alega que os presos teriam roubado dinheiro de sua carteira, o que também teria acontecido com Buscaratti.
Os estiletes usados pelos presos não haviam sido apreendidos até o final da tarde de ontem, já que a revista nas celas só aconteceria após o término da visita. (MO)


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