São Paulo, sexta, 11 de setembro de 1998

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Seis são denunciados por morte de delegado

da Reportagem Local

Os seis acusados de envolvimento no assassinato do delegado-corregedor da PF (Polícia Federal) de São Paulo, Alcioni Serafim de Santana, foram denunciados ontem à Justiça Federal pelo Ministério Público.
Os procuradores do Ministério Público de São Paulo pediram abertura de processo para que os seis sejam julgados por homicídio e crime hediondo. Se forem condenados, eles poderão cumprir penas que variam de 12 a 30 anos.
O delegado-corregedor foi assassinado no dia 27 de maio, quando saía de sua casa, na Vila Mazzei, zona norte de São Paulo. Segundo o inquérito da Polícia Federal, ele foi executado porque investigava a participação de policiais federais e civis em crimes de extorsão.
Com base no inquérito, os procuradores do Ministério Público entenderam que o principal mandante do crime foi o delegado Carlos Leonel da Silva Cruz, compadre e colega de Santana na PF de São Paulo.
Cruz teria montado uma cadeia hierárquica para encobrir a intenção de assassinar seu colega, na qual o principal articulador era o ex-sargento da PM Sérgio Bueno.
O ex-sargento, por sua vez, contratou Gildenor Alves de Oliveira, que confessou ser o responsável por chamar os dois homens que atiraram no delegado-corregedor: Carlos Alberto da Silva Gomes e Gildásio Teixeira Roma.
O Ministério Público também apresentou denúncia por homicídio contra o investigador da policial civil Carlos Sanches Baena. Os promotores entenderam que ele sabia do esquema montado para matar Santana e não fez nada para impedir o crime. Baena é acusado de cometer crime de extorsão, no mesmo processo movido contra o delegado Cruz.
"Ele sabia de tudo e tinha a obrigação, como policial, de evitar o assassinato. Ele sabia que seria vantajoso para ele que o delegado fosse eliminado", afirmou o procurador da República Pedro Barbosa Pereira Neto.
Foi pedida ontem a prisão preventiva de todos os envolvidos, com exceção de Baena. Os seis podem ser julgados no próximo ano.



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