São Paulo, Segunda-feira, 11 de Outubro de 1999
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CÍRIO DE NAZARÉ
Procissão reuniu 1,5 milhão de devotos em Belém; festa, segundo o Dieese, custou 10% a mais
Manter tradição fica mais caro neste ano

LUÍS INDRIUNAS
da Agência Folha, em Belém

Os 1,5 milhão de devotos de Nossa Senhora de Nazaré, que participaram da procissão do 207º Círio de Nazaré, ontem, em Belém, gastaram cerca de 10% a mais para manter as tradições da festa, segundo o Dieese.
O Círio (procissão) de Nazaré, que tem como ponto alto o cortejo que se realiza todo segundo domingo de outubro, agrupa uma série de festividades que acontecem na capital paraense durante toda a semana.
As pessoas pagam promessas rezando, carregando casinhas na cabeça ou colocando peças de cera no carro dos milagres, durante a procissão.
Neste período, Belém recebe devotos de várias cidades do país, principalmente da região Norte. Segundo pesquisa do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos), 63,3% dos romeiros vêm de ônibus, cujas passagens tiveram um aumento de 7% em relação ao ano passado.
Como manda a tradição, no dia do Círio, os paraenses comem pato no tucupi (caldo extraído da mandioca) e maniçoba, cozido à base de carne de porco e maniva (folha da mandioca). A pesquisa do Dieese aponta um aumento de 12,28% no preço do pato. A maniva pré-cozida está custando 25% mais. O preço do tucupi subiu 8,69%.
"Este é o Círio da crise, porque temos de lembrar ainda que Belém tem a quarta cesta básica mais cara do país", afirmou o supervisor técnico do Dieese no Pará, Roberto Sena.

Profano
Além das festividades religiosas, o Círio de Nazaré conta também com um lado profano. A festa da Chiquita, festa gay que acontece na noite antes da procissão, completou 21 anos. A festa foi criada durante o regime militar por artistas e homossexuais de Belém.


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