São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2001

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CRIME EM CAMPINAS

Um deles teria confessado a autoria dos disparos contra prefeito; quarto suspeito ainda está foragido

Polícia prende 3 acusados de matar Toninho

CLAUDIO LIZA JUNIOR E
MÁRIO TONOCCHI


FREE-LANCE PARA A FOLHA CAMPINAS

A Polícia Civil de Campinas (95 km de São Paulo) anunciou ontem a prisão de três das quatro pessoas acusadas do assassinato do prefeito Antonio da Costa Santos, entre eles o que teria sido o autor dos disparos.
O prefeito foi morto, de acordo com o que os três acusados afirmaram à polícia, depois de tentar fugir de uma tentativa de assalto.
Toninho foi morto na noite do dia 10 do mês passado, na avenida Mackenzie, quando saía do shopping Iguatemi. Ontem, a Prefeitura de Campinas realizou ato pela paz no 30º dia após o crime.
A detenção dos acusados, no entanto, não encerra a investigação. O delegado-seccional de Campinas, Osmar Porcelli, disse que, apesar da prisão dos supostos assassinos, a razão do crime ainda não está esclarecida. "Os motivos alegados nas confissões serão checados. Não é porque disseram que tentaram um assalto que vamos acreditar."
Os homens presos ontem e anteontem são Flávio Menezes, 19, o Flavinho, que, segundo a polícia, teria confessado ter feito três disparos contra o carro e o prefeito, e o adolescente A.S.C., 17, que teria dito ter dirigido a moto de onde foram feitos os disparos.
A polícia chegou aos dois depois da confissão de Anderson Rogério David, 20, o Boca, preso na última sexta-feira em uma sorveteria do Jardim Flamboyant, onde mora. Boca chegou a confessar o crime, mas, depois, disse que tinha inventado a história.
Os depoimentos à polícia de Flavinho e A.S.C. foram acompanhados por três promotores de Justiça, pelo presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) de Campinas, Djalma Lacerda, e por um curador que ficou responsável pela defesa dos réus.
Para o advogado Ralph Tórtima Stettinger, contratado pela família do prefeito para acompanhar o caso na polícia, mesmo com a confissão, faltam ainda as provas materiais para a comprovação da participação dos quatro na morte do prefeito. "Esse caso ainda não está categoricamente resolvido."
A polícia ainda não encontrou a arma usada no crime, uma pistola calibre 9 mm, nem as duas motos utilizadas na ação. O quarto suspeito -um homem conhecido só como Glédson, também morador no Jardim Flamboyant- ainda está sendo procurado. Segundo a polícia, os quatro não sabiam que o carro era dirigido pelo prefeito.
Flavinho e o adolescente estavam na moto de onde partiram os disparos. Eles disseram que chegaram a virar a moto ao lado do carro do prefeito e emparelharam com ele na altura de uma lombada. Toninho teria acelerado seu Palio para tentar fugir.
A mulher de A.S.C., a dona-de-casa Fernandina Domingues, 23, acusou a polícia de ter espancado seu marido para que ele confessasse a participação no crime.
Fernandina diz também que o adolescente estava com ela, em casa, na hora do crime. Porcelli negou que tenha havido agressão. "Eles foram detidos e ouvidos na frente de várias pessoas."


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