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AMBIENTE
Área será de 230 mil m2; projeto está sendo desenvolvido pela comunidade
Após pressão, zona norte terá parque
MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de 12 anos de espera e
quase dez meses de reuniões, a
comunidade do Parque Panamericano, no distrito do Jaraguá (zona norte de SP), conseguiu a implantação de um parque na região, que não dispõe de nenhuma
outra alternativa de lazer.
Ainda sem nome, ele ficará numa área de 230 mil m2 (equivalente a 14,5% do parque Ibirapuera)
que já foi dominada pela mata
atlântica e vegetação de várzea.
Hoje, os dois córregos que servem a região estão poluídos, o
mato cresce desordenadamente, e
caminhões usam o local como depósito de lixo e entulho.
O projeto para o parque está
sendo desenvolvido pela própria
população local, em parceria com
a Secretaria do Meio Ambiente do
município (SMA).
Estão previstos um espaço para
leitura, a construção de caminhos
e trilhas e de um anfiteatro, a instalação de bancos, quadras de esporte, playground e a reconstrução de um lago que existia originalmente no local, mas foi assoreado ao longo dos anos.
A concretização dos planos depende, porém, de parcerias, já que
a prefeitura não tem nenhum centavo para ampliação de áreas verdes. Tomando como base o custo
médio fornecido pela SMA de R$
13 por metro quadrado, o novo
parque custará em torno de R$ 3,2
milhões -a maior parte do terreno é municipal; um trecho pertence ao Estado e será cedido.
As negociações já começaram
com empresas da região e, enquanto não estão fechadas, o
plantio será iniciado com mudas
dos viveiros municipais e mão-de-obra local, diz Caio Boucinhas,
diretor do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes).
As previsões otimistas dão prazo de um ano para que o parque
esteja pronto, mas, se depender
do envolvimento da comunidade,
pode até ser antes.
Cerca de 150 mil pessoas serão
diretamente beneficiadas com o
projeto. A região no entorno do
parque foi ocupada pelos movimentos de moradia em 1987, que
construiu 520 apartamentos em
regime de mutirão. A luta atual
pela regularização da posse dos
imóveis se soma à pela melhoria
da qualidade de vida.
"Foram eles [os moradores" que
procuraram a secretaria e agendaram as reuniões com representantes do governo do Estado. Somos apenas coadjuvantes aqui",
afirma Boucinhas.
"De 5.000 a 10 mil famílias se
mudam para cá por ano, mas não
temos nada para fazer. Se queremos nos divertir, temos de ir para
fora; agora queremos trazer o lazer para dentro do bairro", diz a
dona-de-casa Julieta Abraão, 36,
há três anos moradora da região.
Amanhã, os moradores fazem
uma festa para lançar oficialmente o projeto. Será feito o plantio
simbólico de 30 mudas e será escolhido, por meio de eleição, o
nome do parque -um concurso
realizado entre os alunos das 11
escolas públicas da região resultou em seis sugestões.
De acordo com Stela Goldenstein, titular da SMA, existem projetos para nove novos parques na
cidade, mas somente um, localizado na zona leste, já tem "patrocinador" -a Todaba, empresa licenciada do Greenpeace.
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