São Paulo, quinta-feira, 11 de outubro de 2001

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AMBIENTE

Área será de 230 mil m2; projeto está sendo desenvolvido pela comunidade

Após pressão, zona norte terá parque

MARIANA VIVEIROS
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 12 anos de espera e quase dez meses de reuniões, a comunidade do Parque Panamericano, no distrito do Jaraguá (zona norte de SP), conseguiu a implantação de um parque na região, que não dispõe de nenhuma outra alternativa de lazer.
Ainda sem nome, ele ficará numa área de 230 mil m2 (equivalente a 14,5% do parque Ibirapuera) que já foi dominada pela mata atlântica e vegetação de várzea.
Hoje, os dois córregos que servem a região estão poluídos, o mato cresce desordenadamente, e caminhões usam o local como depósito de lixo e entulho.
O projeto para o parque está sendo desenvolvido pela própria população local, em parceria com a Secretaria do Meio Ambiente do município (SMA).
Estão previstos um espaço para leitura, a construção de caminhos e trilhas e de um anfiteatro, a instalação de bancos, quadras de esporte, playground e a reconstrução de um lago que existia originalmente no local, mas foi assoreado ao longo dos anos.
A concretização dos planos depende, porém, de parcerias, já que a prefeitura não tem nenhum centavo para ampliação de áreas verdes. Tomando como base o custo médio fornecido pela SMA de R$ 13 por metro quadrado, o novo parque custará em torno de R$ 3,2 milhões -a maior parte do terreno é municipal; um trecho pertence ao Estado e será cedido.
As negociações já começaram com empresas da região e, enquanto não estão fechadas, o plantio será iniciado com mudas dos viveiros municipais e mão-de-obra local, diz Caio Boucinhas, diretor do Depave (Departamento de Parques e Áreas Verdes).
As previsões otimistas dão prazo de um ano para que o parque esteja pronto, mas, se depender do envolvimento da comunidade, pode até ser antes.
Cerca de 150 mil pessoas serão diretamente beneficiadas com o projeto. A região no entorno do parque foi ocupada pelos movimentos de moradia em 1987, que construiu 520 apartamentos em regime de mutirão. A luta atual pela regularização da posse dos imóveis se soma à pela melhoria da qualidade de vida.
"Foram eles [os moradores" que procuraram a secretaria e agendaram as reuniões com representantes do governo do Estado. Somos apenas coadjuvantes aqui", afirma Boucinhas.
"De 5.000 a 10 mil famílias se mudam para cá por ano, mas não temos nada para fazer. Se queremos nos divertir, temos de ir para fora; agora queremos trazer o lazer para dentro do bairro", diz a dona-de-casa Julieta Abraão, 36, há três anos moradora da região.
Amanhã, os moradores fazem uma festa para lançar oficialmente o projeto. Será feito o plantio simbólico de 30 mudas e será escolhido, por meio de eleição, o nome do parque -um concurso realizado entre os alunos das 11 escolas públicas da região resultou em seis sugestões.
De acordo com Stela Goldenstein, titular da SMA, existem projetos para nove novos parques na cidade, mas somente um, localizado na zona leste, já tem "patrocinador" -a Todaba, empresa licenciada do Greenpeace.



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