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JOGO
Associação de bingos do Estado vai recorrer de decisão
Justiça nega recursos e mantém 35 bingos fechados no Rio de Janeiro
MARIO HUGO MONKEN
DA SUCURSAL DO RIO
A desembargadora Vera Lúcia
Lima, da 5ª turma do TRF (Tribunal Regional Federal), manteve
ontem a decisão da 6ª Vara Criminal da Justiça Federal, que, na
quinta-feira, havia concedido liminar suspendendo o funcionamento dos 35 bingos existentes na
cidade do Rio de Janeiro.
Lima negou os recursos impetrados pela Loterj (Loteria Estadual do Rio de Janeiro) e pelo bingo Arpoador, que pleiteavam a
cassação da liminar. A Associação
de Bingos do Estado do Rio informou que vai recorrer, mas não
definiu a estratégia que adotará.
Na semana passada, o funcionamento de quatro bingos havia sido suspendido em Niterói.
A desembargadora não aceitou
os recursos sob a alegação de que
não existe uma lei federal que discipline o funcionamento dos bingos. Segundo ela, a atividade fere
a Lei de Contravenções Penais.
A liminar concedida pela Justiça
teve como base uma ação civil pública da procuradora Silvana Batini, do Ministério Público Federal.
A procuradora sustentou que as
casas de bingo com autorizações
concedidas poderiam funcionar
somente até dezembro de 2002.
O presidente da Loterj, Rogério
Vargas, disse que a Justiça Federal
não tem competência para decidir sobre o fechamento dos bingos porque já há uma ação nesse
sentido sendo apreciada pelo STF
(Supremo Tribunal Federal).
Vargas disse que, em julho, o
procurador-geral da República,
Cláudio Fonteles, entrou no STF
com uma Adim (Ação Direta de
Inconstitucionalidade) questionando o decreto estadual 25.723/
99, que regulamentou os bingos
no Rio. Ele afirmou que, com o fechamento dos bingos, 8.000 empregos diretos e 20 mil indiretos
deixarão de existir no Rio.
A Justiça Federal também determinou a interdição das máquinas
caça-níqueis, a retirada de propaganda de bingos em estabelecimentos comerciais e a proibição
da publicidade do jogo nos veículos de comunicação. Quem descumprir a decisão poderá pagar
uma multa de R$ 50 mil.
Para o promotor Rodrigo Albuquerque, do Ministério Público
de Minas, o fechamento gradual
dos bingos do país é "irreversível". "A não ser que haja uma nova lei permitindo os bingos, a tendência é que eles realmente desapareçam, apesar do forte lobby e
do poder econômico envolvido."
Colaborou a Agência Folha
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